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Por um voto de diferença, Eder Pontes lidera votação para lista tríplice do MPES

A hegemonia do atual subprocurador-geral de Justiça Administrativo do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Eder Pontes da Silva, parece ter desmoronado. Após apuração dos votos para formação da lista tríplice destinada à escolha do novo procurador-geral de Justiça que atuará no biênio 2018/2020, Pontes conquistou a liderança, mas com uma diferença de apenas um voto do segundo colocado. Enquanto teve apoio de 167 membros do MPES, o 13º promotor de Justiça da Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, Marcello Souza Queiroz, recebeu 166 votos. Em terceiro lugar ficou a 14ª promotora de Justiça Cível da Promotoria de Justiça de Vila Velha, Nicia Regina Sampaio, com 104 votos.

É a primeira vez que o, até então, sempre favorito nos pleitos, Eder Pontes, vê sua hegemonia tão ameaçada internamente. Vale lembrar que, antes de fazer sua sucessora, a atual procuradora-geral de Justiça em 2016, Elda Moraes Spedo, Eder se reelegeu como candidato único, situação até então inédita no MPES, demonstrando prestígio com os membros do MPES. 
 
Durante a campanha, os discursos de alguns candidatos e também de promotores e procuradores já indicavam um desejo interno muito forte de alternância e fim da Era Pontes. 

Marcello Queiroz preferiu não afirmar abertamente, no entanto, enfatizou que, numa votação tão apertada, os membros do MPES mandaram um recado. “Eu esperava uma boa votação, até pelo que ouvi pelas visitas pelo interior do Estado. Agora, vamos esperar a decisão do governador”, disse Marcello, que já foi candidato e esteve na lista tríplice em 2016, disputando com Elda Spedo. Na ocasião, ficou com 103 votos, enquanto a atual procuradora-geral de Justiça ficou com 175. 

Já  a terceira colocada e estreando na disputa, Nicia Regina Sampaio, dizendo-se “muito feliz, independentemente do resultado daqui pra frente”, destacou que a diferença de apenas um voto entre o primeiro e o segundo colocados na lista tríplice pode ser explicada por um componente que ficou muito claro nesta campanha: o desejo de mudança. Nicia tem atuação  forte na área dos direitos sociais, incluindo educação, saúde e meio ambiente.

 
Eder Pontes foi o primeiro promotor de Justiça a assumir dois mandatos consecutivos na chefia da instituição. Ele começou a carreira no ano de 1993, onde passou por várias promotorias até chegar ao cargo de promotor corregedor, onde atuou por quase oito anos (entre os anos 2000 e 2002, e novamente, no período entre abril de 2006 até março de 2012, quando assumiu a chefia da instituição). Depois de eleger sua aliada, permaneceu no topo da hierarquia de poder, atuando como subprocurador-geral de Justiça Administrativo, ao lado de Elda.
 
A decisão do governador será entre manter o mesmo grupo no poder pela quarta vez consecutiva ou atender ao desejo manifestado pelos membros do MPES pela alternância. Apesar dos sinais das urnas, porém, nos bastidores jurídicos a constatação é de que Eder deverá ser novamente o escolhido de Hartung, assumindo mais um biênio à frente do órgão ministerial.
 
Agora, a atual procuradora-geral de Justiça terá até 72 horas para enviar a lista tríplice ao governador, que anunciará sua escolha nos próximos 15 dias. Caso vença o prazo, o mais votado será investido automaticamente e empossado no cargo pelo Colégio de Procuradores de Justiça.
 
Pleito
Também disputaram a eleição para a formação da lista tríplice, a promotora de Justiça da Promotoria de Justiça da Mulher Sueli Lima e Silva, com 68 votos; o procurador de Justiça chefe da Procuradoria de Justiça Recursal e ouvidor do MPES, Alexandre José Guimarães, com 45 votos; e a 2ª promotora de Justiça da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Vitória  Márgia Chianca Mauro, com 21 votos.

Segundo os números apresentados pelo MPES, dos 289 membros, 287 participaram das eleições, realizada das 9h às 17 horas desta sexta-feira (23). A votação foi realizada por meio do sistema informatizado de voto à distância do MPES e, também, disponibilizada no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça.  

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