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Prefeito e vereadores de Vargem Alta são afastados do cargo por suspeitas de corrupção

O prefeito de Vargem Alta (região sul do Estado), João Bosco Dias, o Bosquinho (PSB), três vereadores e secretários municipais foram afastados judicialmente do cargo por suspeitas de corrupção. As medidas fazem parte dos desdobramentos da Operação Canudal, deflagrada na manhã desta quarta-feira (30) pelo Ministério Público Estadual (MPES), com o objetivo de apreender documentos e outros materiais relativos às investigações. Foram expedidos 28 mandados de busca e apreensão, além das ordens de afastamento pelo desembargador Fernando Zardini, que integra a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

As informações preliminares dão conta que o alvo das apurações seria a suspeita de direcionamento de licitações no município. As investigações miram a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, fraude à licitação, tráfico de influência, entre outros. São investigadas empresas dos ramos de construção civil, pavimentação e de autopeças.

Além do prefeito Bosquinho, foram afastados o presidente da Câmara, Luciano Quintino (SDD) e outros dois vereadores, bem como os secretários Daniel Gomes Moraes (Agricultura) e Idson Solles Demartini (Obras) pelo prazo inicial de 60 dias. Também foi solicitado à Justiça o afastamento de outros 15 servidores públicos pelo suposto envolvimento no esquema.  O município passa a ser administrado pelo vice-prefeito, Cláudio Pazetto (PR).

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários locais, entre eles, na sede da Prefeitura, na Câmara de Vereadores e até na residência do prefeito, onde foi encontrada uma arma de fogo. Bosquinho chegou a ser encaminhado para prestar esclarecimentos na Delegacia local, mas foi liberado em seguida. O socialista alega que a arma faz parte de sua coleção pessoal. Ao todo, 75 policiais militares e quatro servidores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) participaram das diligências.

As investigações estão sendo conduzidas por integrantes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em conjunto com a Procuradoria de Justiça Especial.  Após o cumprimento dos mandados, o órgão ministerial iniciará a análise dos documentos e dados apreendidos e tomarão declarações dos investigados, testemunhas e informantes. O nome da operação é uma referência ao ponto mais alto do município de Vargem Alta, a Pedra do Canudal, com altitude de 870 metros.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), o caso está tramitando sob segredo de justiça.

Bosquinho: ‘Vamos seguir de cabeça erguida’

O prefeito de Vargem Alta disse que reagiu com surpresa à operação deflagrada nesta quarta: “No decorrer dos últimos meses, o Ministério Público solicitou informações sobre alguns contratos e todas foram respondidas. Estou tranquilo sobre a questão administrativa e jurídica, já que só foram apresentados meros indícios de irregularidades”, declarou. O socialista avaliou também a decretação de seu afastamento como uma medida exagerada, pois nunca foi chamado sequer para depor.

“Estou completando 19 anos de vida pública. Já fui vereador, presidente da Câmara e nunca tive qualquer questionamento sobre a minha conduta. Estamos todos aqui de cabeça erguida e que vamos afastar qualquer indicio levantado contra nós neste caso. Se tivessem provas de fato dessas suspeitas de irregularidades, seria melhor logo pedir a cassação e não o afastamento preventivo”, finalizou Bosquinho, que só vai comentar o caso após tomar ciência do processo. 

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