No caso de Ecoporanga, município da região noroeste, a Procuradoria de Justiça Especial ajuizou, no último dia 28 (segunda-feira da semana da eleição), uma denúncia criminal contra Pedro Costa por suposta fraude na licitação para contratação de empresa contábil. A ação narra que uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) revelou a atuação de uma organização criminosa, iniciada na gestão do ex-prefeito Elias Dal Col (PSD) com objetivo de lesar os cofres públicos. Para o MPES, o prefeito autorizou pagamentos à empresa sem a devida comprovação dos serviços prestados.
A denúncia pede a condenação do petista pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e fraude em licitação, cujas penas somadas variam de cinco até 19 anos de prisão. O processo foi encaminhado para as Câmaras Reunidas do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), mas deve tramitar no juízo de 1º grau com a perda do foro privilegiado do petista com a saída do cargo.
Ele teve 1.536 votos nessa eleição, perdendo para o candidato José Luiz Mendes (PR), que obteve 3.273 votos. No entanto, o candidato mais votado foi justamente Elias Dal Col com 7.695 votos, que teve o registro indeferido. O candidato do PSD está recorrendo da medida e, caso o recurso não seja provido, o município poderá ter que retornar às urnas para uma eleição suplementar.
Em Ponto Belo, o prefeito Jaiminho e mais 16 pessoas foram denunciadas no último dia 29 (terça-feira da semana da eleição) pela Promotoria local em uma ação de improbidade por suspeitas de fraude em licitações, por meio de cartas convites para locação de equipamentos, no ano de 2012. O MPES acusa o prefeito e ex-secretários de direcionamento na escolha das empresas contratadas, causando um prejuízo ao erário de R$ 761 mil, em valores atualizados.
A denúncia do MPES teve como base uma notícia de fato que chegou ao conhecimento do MPES, protocolada pelo presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Gomes Trindade (PSDB). No pleito de domingo, Jaiminho foi derrotado por uma margem pequena de votos por Murilo Coelho, que é do PSDB. O atual prefeito teve 2.567 votos (47,38% dos votos válidos), enquanto o candidato eleito obteve 2.784 votos (51,38% dos votos válidos).
Outro prefeito que também foi derrotado e se viu recentemente em meio a ações do MPES foi o ex-deputado estadual Henrique Vargas (PRP), de São Gabriel da Palha, também na região noroeste. Em maio deste ano, ele foi afastado por decisão liminar de 1º grau em ação de improbidade pela aprovação de lei com suposto interesse de beneficiar o proprietário de uma obra irregular. Vargas ficou uma semana longe do comando do município, mas a repercussão do caso seguiu até o pleito. Ele foi derrotado por Céia Ferreira (SD), que obteve 7.971 votos (43,74%), contra 7.372 votos (40,45%) conseguidos pelo atual prefeito.
Entretanto, alguns políticos conseguiram escapar ilesos das urnas no último domingo. Afastado por três vezes do cargo por suspeitas de corrupção, o prefeito de Itapemirim (região litoral sul), Luciano de Paiva Alves (PROS) foi reeleito com uma expressiva votação – 15.941 votos (67,88% dos votos válidos). Mesmo caso do prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), que responde a quase uma dezena de ações na Justiça, que foi reconduzido ao cargo com 25.197 votos (71,54% dos votos válidos).