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Presidente da subseção da Ordem em Colatina critica ingerência de políticos e empresários no pleito

O presidente da subseção de Colatina (região norte do Estado) da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), Martiniano Lintz Júnior, criticou a ingerência de grupos econômicos, políticos e até religiosos nas eleições internas da entidade. “Somos contra políticos e empresários fomentando essa campanha da Ordem, que deve ser direcionada apenas aos advogados”, disse. Ele afirmou que nenhuma das três chapas na disputa pelo Conselho Seccional representa uma “mudança efetiva”, liberando os integrantes de seu grupo, mas declarou o seu apoio a um dos candidatos.

Um dos principais articuladores da frustrada tentativa de unificação da oposição em torno de uma chapa única, Martiniano Lintz afirmou que é contrário à “ingerência do apoio de quem não faz parte do dia a dia da Ordem”. Segundo ele, as eleições nas subseções [são 19 em todo Estado] sofrem principalmente pressão de grupos políticos e econômicos.

O presidente da subseção de Colatina, que nãos será candidato à reeleição, também criticou a supervalorização do marketing eleitoral nesse início de campanha, esquecendo os três pilares da Ordem que, de acordo com ele, são: defesa da Constituição, a luta incessante pelo Estado de Direito e a defesa das prerrogativas dos advogados.

“A princípio, nenhuma das chapas significa uma mudança efetiva, já que nenhuma defende o poder da cidadania e do Estado de Direito, previstos na Constituição, sendo inadmissível que até hoje nós não atingimos por não termos sequer o direito do voto direto para o presidente do Conselho Federal [hoje a eleição é por via indireta, através dos conselhos federais]. Somos também favoráveis a eleição com mandato de quatro anos, sem direito à reeleição nos conselhos seccionais, além da independência financeira das subseções, que hoje vivem de pires na mão diante da seccional”, analisou.

Sobre a questão das prerrogativas profissionais, Martiniano Lintz classifica que todas as chapas confundem a defesa do direito com a defesa da impunidade. “Em Colatina, demos exemplo ao criar um cadastro das autoridades que violam as prerrogativas dos advogados”, afirmou. Ele também atacou a composição das chapas do atual presidente da OAB/ES, Homero Junger Mafra, que busca o terceiro mandato consecutivo, e da procuradora Santuzza da Costa Pereira. “Elas visam e são constituídas por advogados de grandes bancas, que exploram os advogados em início de carreira, sobretudo, no interior”, disse.

Por conta dessa questão, o advogado anunciou apoio à candidatura do advogado militante José Carlos Rizk Filho, que tem origem nas entidades em defesa da advocacia jovem. “Meu grupo se encontra liberado para apoiar A, B ou C, mas apesar de estar completamente independente, vou descer do muro”, declarou, em alusão ao posicionamento de André Luiz Moreira, também integrante das forças de oposição que não vai apoiar nenhum candidato. “Estou declarando apoio a Rizk sem cobrar qualquer nada. Peço apenas que trate bem os funcionários da Ordem”, revelou.

Martiniano Lintz também revelou outra preocupação no pleito: a existência de interesses futuros entre apoiadores de todas as chapas com a indicação de cargos em tribunais pela Ordem. “A única coisa que Homero fez, atendendo ao princípio da legalidade e acolhendo a ideia do doutor André Moreira, foi a escolha dos membros para o Quinto Constitucional por eleições diretas”, disse. 

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