Nada de jingle, santinhos ou eleitores fazendo suas campanhas pelo candidato preferido. Tão pouco debates com plateia ou comícios. A eleição no Ministério Púbico Estadual (MPES) é completamente atípica do que conhecemos nos pleitos tradicionais e também dos processos de outras entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), as de reitor para universidades e até mesmo para sindicatos classistas de trabalhadores. Nesta sexta-feira (23), 289 membros vão escolher os nomes para formar a lista tríplice das 9 às 17 horas.
No meio da categoria de promotores e procuradores, considerada mais “discreta” e “sisuda”, o esforço tem ficado mesmo mais por conta dos candidatos, que estão numa verdadeira maratona de visitas às promotorias de todo o Estado. A campanha tem consistido em corpo a corpo, intensificado na reta final, uma vez que todos os candidatos estão licenciados nos 10 dias anteriores ao pleito. Além disso, o único material de campanha utilizado pela maioria é folder com apresentação de propostas, além de uma entrevista em vídeo que circulou internamente. Apesar de não haver restrição, nenhum outro recurso foi utilizado.
A candidata Nicia Sampaio, da promotora de Justiça Cível da Promotoria de Vila Velha, explica que a eleição no MPES está longe dos pleitos clássicos, até porque os candidatos já são conhecidos pelos procuradores e promotores. “Nossa atuação acaba sendo a própria campanha. Fazemos visitas para reforçar”, completou.
Já Marcello Queiroz, que participou do pleito de 2016 chegando a integrar a lista tríplice, reconheceu que a campanha é discreta. Ele mesmo não chegou a fazer impressão de nenhum material, que foi enviado por meio eletrônicos. Marcello diz que rodou, incansavelmente, pelo interior e realizou diversas conversas. “O perfil do eleitorado é muito questionador e objetivo”, disse o promotor.
A promotora Sueli Lima e Silva, com 24 anos de carreira e hoje atuando na Promotoria de Justiça da Mulher, conta, que além das visitas nas promotorias de todo o Estado, também utilizou a estratégia de enviar seu material com propostas pelos Correios, além de WhastApp. “É como se não tivesse campanha. Ninguém toma partido abertamente, adotam uma postura mais reservada. Mas nas visitas percebemos que os membros são questionadores e querem saber sobre as propostas”, comentou a promotora.
A votação é obrigatória para os que estão na ativa (com exceção para quem estiver em trânsito, férias ou de licença) e será realizada por um sistema informatizado que permite realizar o voto por celular, tablet, notebook e computador que estejam conectados ao sistema pela internet. Cada eleitor poderá escolher de um a três candidatos no sistema. Após a formação da lista tríplice, caberá ao governador Paulo Hartung (MDB) realizar a escolha do novo procurador-geral de Justiça. A posse será realizada no dia 2 de maio, e o mandato é de dois anos, biênio 2018 a 2020.
Candidatos
Eder Pontes: atual subprocurador-geral de Justiça administrativo, está na disputa por um terceiro mandato.
Alexandre Guimarães: Atual ouvidor-geral, está no MPES há 28 anos.
Marcello Queiroz: atua na Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha e já disputou o cargo em 2016, figurando na lista tríplice.
Nicia Sampaio: promotora de justiça Cível da Promotoria de Vila Velha, com 26 anos de carreira no MPES.
Sueli Lima e Silva: tem 24 anos de carreira e hoje atua na Promotoria de Justiça da Mulher. Também já foi delegada.
Margia Mauro: filha do ex-governador Max Mauro, atua na Promotoria da Infância e Juventude de Vitória. Tem 25 anos de carreira no MPES.