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​Servidores do TRT convocam novas paralisações contra redução de benefícios

Os servidores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decidiram que vão fazer novas paralisações gerais para conseguir, junto ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a liberação da verba suplementar necessária para manter os valores de reembolso da assistência médica e odontológica vigentes. Com a decisão, tomada em assembleia realizada nessa sexta-feira (30), serão feitas paralisações também no dia 6 de setembro, das 12h às 15h, e nos dias 9 e 10, o dia inteiro.

As mobilizações tiveram início em 26 de agosto e prosseguiriam até esta quinta-feira (5), sempre das 13h às 15h, exceto nas quartas-feiras, que são o dia inteiro. Com as novas paralisações gerais, a realização de audiências no Tribunal, segundo o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal do Espírito Santo (Sinpojufes), será impactada. Além disso, uma comissão formada por servidores vai passar nos gabinetes e nas Varas do Trabalho para pedir a diretores e magistrados apoio à manifestação, já que todos serão afetados com a redução do reembolso da assistência médica e odontológica.

Devido ao movimento dos servidores, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, solicitou, até agora sem êxito, à desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina, presidente do Tribunal, que as audiências, sessões e os prazos processuais no Tribunal fossem suspensos nos dias de paralisação. A Ordem também solicitou “que, caso se verifique qualquer prejuízo decorrente da paralisação, seja por prazo processual ou audiência, o ato seja imediatamente anulado para restabelecer a regularidade processual e assegurar o pleno acesso à Justiça”.
A OAB solicitou as medidas apontando que, diante da greve, “é temeroso de que a advocacia trabalhista possa sofrer com a impossibilidade de exercer suas funções de maneira adequada, o que impacta diretamente o direito de defesa e o devido processo legal”.O TRT alegou que “caberá aos presidentes das Turmas do Tribunal, assim como aos juízes de 1º grau, analisarem a necessidade de, em caráter excepcional e por estrita necessidade, adiá-las”. Já em reação aos prazos processuais, “informou que a eventual paralisação não gerará qualquer prejuízo ao funcionamento do sistema PJe, razão pela qual não há por que ocorrer a referida suspensão”.

Redução do auxílio
O Sinpojufes afirma que a redução do auxílio é de mais de 50%, causando, em média, um impacto de R$ 500,00 por pessoa, portanto, se tiver dependentes, pode chegar a ser de mais de R$ 1 mil. Outra queixa é que o anúncio sobre a redução foi feito em 19 de agosto, para entrar em vigor já em setembro.
Conforme consta na circular expedida pela desembargadora presidente do TRT, a área técnica do Tribunal identificou um déficit orçamentário projetado para 2024 de R$ 3,1 milhões para a manutenção do pagamento integral do auxílio até o final do ano. “Em razão dessa insuficiência orçamentária e da impossibilidade de remanejamento interno de recursos para essa finalidade, este Tribunal se encontra na difícil e inevitável situação de ter que reduzir o valor do auxílio assistência médica e odontológica pago a magistrados e servidores no período de setembro a dezembro de 2024”.
A desembargadora afirma que desde agosto de 2022, não há aumento do orçamento do Tribunal para custeio do benefício, “salvo recomposições em razão da variação do número de beneficiários, com vistas a suportar, por exemplo, gastos com novos magistrados e servidores que tomaram posse”.
Acrescenta que, “se por um lado, não houve qualquer reforço orçamentário, por outro, o gasto do Tribunal com o auxílio-saúde aumenta a cada ano, seja em decorrência do natural envelhecimento de magistrados e servidores, que altera a faixa de valor do benefício, seja em razão dos reajustes anuais dos planos de saúde e odontológicos, que fazem com que magistrados e servidores que eventualmente não utilizavam todo o valor de reembolso passem a utilizar um valor maior, pressionando o orçamento”.

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