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STF volta a confirmar nulidade de provas ilegais em ações do Caso Lineart

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou seguimento ao recurso do Ministério Público Federal (MPF) contra a decisão que reafirmou a nulidade das provas usadas nas ações sobre o chamado ‘esquema das associações’ durante a Era Gratz. Na decisão publicada nessa quarta-feira (20), o ministro Dias Toffoli negou qualquer tipo de omissão no julgamento feito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até hoje, a Justiça estadual ignora a ordem das instâncias superiores para desconsideração dessas provas obtidas de forma ilegal.

“A irresignação não merece prosperar, haja vista que o dispositivo constitucional indicado como violado no recurso extraordinário carece do necessário prequestionamento, sendo certo que não foram opostos embargos de declaração para sanar eventual omissão no acórdão recorrido”, afirmou o ministro do STF. Há mais de dois anos, o Ministério Público tenta reverter os efeitos da primeira decisão do STJ pela nulidade da quebra do sigilo da editora Lineart, que teria sido utilizada para o desvio de verbas da Assembleia Legislativa.

Na decisão mais uma vez confirmada, a Sexta Turma do STJ deu provimento ao recurso em habeas corpus (RHC 41931) interposto pela defesa do ex-diretor-geral da Assembleia, André Luiz Cruz Nogueira, que também é reu nos processos que tramitam na Justiça estadual. A defesa sustentou que a quebra do sigilo bancário só pode ser feita de duas formas: por ordem judicial ou através de uma Comissão Parlamentar Inquérito (CPI).

Neste caso, a abertura das informações sobre a editora e os beneficiários de transferências com a Lineart teria sido feito de forma unilateral pela Receita Federal. Essa tese já havia levantado no juízo de 1º grau, onde tramitam as ações penais sobre o escândalo, mas o pedido de nulidade acabou sendo rejeitado.

O ex-presidente da Assembleia, José Carlos Gratz, e o seu ex-diretor-geral respondem a mais de 160 processos judiciais, entre eles, quase uma centena de ações de improbidade por suspeitas de desvio de dinheiro público. Somente no caso Lineart, o Ministério Público acusa a empresa, de propriedade da família Nogueira, de ter atuado na “lavagem” de R$ 26,7 milhões que teriam sido subtraídos do caixa da Assembleia.

Em 2015, a Justiça estadual extinguiu mais de 40 ações de improbidade contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa, citando o julgamento do STJ, que declarou a nulidade das provas utilizadas pelo Ministério Público Estadual (MPES) nas denúncias. No entanto, o Tribunal de Justiça (TJES) vem anulando essas decisões e exigindo a reabertura da instrução processual. Não é descartada a hipótese das decisões serem contestados no próprio Supremo.

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