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TCE adia decisão sobre suspensão de contrato de concessão da Terceira Ponte

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) postergou a decisão sobre o pedido de suspensão do contrato de concessão da Terceira Ponte, protocolado pelo Ministério Público de Contas (MPC) no final de 2014. Na visão do relator do caso, conselheiro Sebastião Carlos Ranna, é mais prudente aguardar o julgamento final da auditoria, que hoje aguarda o posicionamento da área técnica. O MPC pede a suspensão cautelar do acordo com base nas conclusões do relatório que revelou um suposto desequilíbrio econômico-financeiro em favor da concessionária Rodovia do Sol S/A (Rodosol).

Na representação (processo TC 12529/2014), o órgão ministerial pedia a suspensão imediata do Contrato de Concessão nº 001/1998, além da intervenção do governo do Estado no serviço. Para o MPC, a continuidade de cobrança da tarifa de pedágio na Rodovia do Sol poderia ampliar os eventuais danos provocados pelo acordo. No relatório final da auditoria, a área técnica apontou o ganho indevido de R$ 613 milhões em favor da empresa. A defesa da Rodosol nega qualquer irregularidade no procedimento licitatório e na execução do contrato.

Para Carlos Ranna, “verifica-se a presença do fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio e do risco de ineficácia da decisão de mérito, o que autoriza a concessão da medida cautelar”. No entanto, o conselheiro entendeu que o adiantado estágio de instrução do processo referente à auditoria (TC 5591/2013) traz uma peculiaridade ao caso, no que entendeu ser mais prudente decidir sobre a eventual anulação do contrato por meio do julgamento do processo originário.

O julgamento da auditoria foi iniciado em dezembro passado, após quase três anos de espera. No final de janeiro, o conselheiro-relator determinou a remessa dos autos para área técnica do tribunal para exame de novos documentos. A defesa da empresa já fez a sustentação oral, rechaçando as supostas irregularidades e pedindo a extinção do processo. Tão logo os autos retornem ao relator, a expectativa é de que o voto de Ranna seja enfim conhecido.

No processo, o MPC opinou pela anulação do contrato de concessão, assinado há 18 anos. Mesmo entendimento da área técnica do TCE, que aponta um desequilíbrio econômico-financeiro de R$ 613 milhões em favor da empresa. Já a empresa garante que fez todas as obras previstas no acordo e que não há qualquer irregularidade na cobrança.

A auditoria no contrato de concessão da Rodosol teve início após uma representação apresentada em julho de 2013 pelo então governador Renato Casagrande (PSB), em conjunto com o Ministério Público Estadual (MPES) e a Arsi. Posteriormente, a representação foi aditada por meio de requerimentos apresentados pelo MPC e pela Assembleia.

Por conta do trabalho, o valor do pedágio da ponte foi reduzido para cobrir apenas as despesas de manutenção da ponte – no ano passado, o valor foi reajustado com aval da Justiça estadual, que examina uma ação civil pública sobre o acordo. O mais recente aumento no pedágio foi concedido no início do mês, quando a tarifa para veículos subiu de R$ 0,95 para R$ 1,00.

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