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TCE exige que membros do MPES devolvam R$ 21 milhões aos cofres públicos

Foi publicado na edição dessa segunda-feira (27) do Diário Oficial do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o acórdão do julgamento que exigiu a devolução de R$ 21,3 milhões em pagamentos indevidos para atuais e ex-integrantes do Ministério Público Estadual (MPES). A partir da publicação tem início o prazo recursal para os gestores responsáveis no exercício de 2005, durante a gestão do hoje desembargador José Paulo Calmon Nogueira da Gama.

A decisão foi histórica ao considerar o pagamento de “penduricalhos” no órgão ministerial como ilegal. Entre as determinações do tribunal à atual administração do MPES está a obrigatoriedade da instauração de processos administrativos para identificar os beneficiários e cobrar a devolução dos recursos ao erário. No julgamento realizado no início de outubro, a Corte de Contas entendeu como indevida a devolução de valores retidos de Imposto de Renda referente às parcelas pagas a título das perdas da URV (11,98%).

Em voto-vista, o conselheiro Rodrigo Chamoun considerou que a administração do MPES concedeu uma “benesse não respaldada pelo ordenamento jurídico”. Segundo ele, os tribunais consideram esse tipo de pagamento – diferenças salariais – como uma verba remuneratória, portanto, cabendo a retenção do IR. Entretanto, o Ministério Público autorizou a restituição dos valores aos seus integrantes. Na época, foram distribuídos quase R$ 11 milhões a promotores e procuradores de Justiça, tanto da ativa quanto aposentados em atividade em outros cargos.

O conselheiro determinou que o ex-procurador-geral Nogueira da Gama – hoje no Tribunal de Justiça – e a subprocuradora-geral de Justiça à época, Heloísa Malta Carpi (que já se aposentou do cargo de procuradora) promovam o ressarcimento das quantias pagas, de forma solidária (conjunta). No entanto, o relator sugeriu a suspensão da exigibilidade do ressarcimento nos próximos dois anos, prazo em que a atual administração do MPES deve cobrar de todos os beneficiários que devolvam os recursos.

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