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Treze presos em investigação contra fraude bilionária no setor de rochas ornamentais

O Ministério Público Estadual (MPES), com apoio da Receita Federal e Estadual, deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), uma operação com objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de sonegação fiscal no setor de rochas ornamentais, em Cachoeiro de Itapemirim, na região sul capixaba. Ao todo, 13 pessoas – entre eles, empresários do setor – foram presas. Um empresário acusado de comandar o esquema ainda está foragido. Os detidos estão sendo ouvidos pelos promotores de Justiça e serão encaminhados para o sistema prisional.

De acordo com informações do MPES, também estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na sede das empresas beneficiárias e residências dos operadores do esquema. As ordens foram expedidas pela  4ª Vara Criminal do município. Participaram da operação, sete promotores – do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Cachoeiro –, além de 18 servidores da Receita Federal, 20 auditores fiscais do Estado e mais 35 policiais militares.

As investigações tiveram início com ações dos Fiscos federal e estadual que, a partir de cruzamento de dados fiscais, identificaram fortes indícios de crimes contra a ordem tributária em empresas com elevada emissão de notas fiscais sem o correspondente pagamento dos tributos. Desde então, o Ministério Público iniciou a apuração da suposta prática dos crimes de sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. As autoridades fiscais estimam que as fraudes podem superar R$ 1,5 bilhão desde o ano de 2010.

Segundo o MPES, a fraude consistia na utilização de empresas de fachada para emissão de notas fiscais que lastreavam operações de venda de mármore e granito para todo o território nacional. O esquema era capitaneado por um grupo de operadores que recebia comissões de empresários locais a fim de ocultá-los nas operações de compra e venda, transferindo suas obrigações tributárias a empresas laranjas. O prejuízo total aos cofres públicos ainda está sendo levantado pelas instituições.

Em paralelo às investigações, a Receita Federal e a Secretaria do Estado da Fazenda (Sefaz) iniciaram diligências nas empresas investigadas, além da fiscalização em outras empresas que apresentarem indícios de sonegação fiscal semelhantes.

Entenda o nome

A operação foi batizada Âmbar porque muitas pessoas têm a falsa noção de que tal substância é uma espécie de rocha, quando na verdade é um fóssil vegetal de cor predominante laranja, características que se encaixam no objeto da investigação, qual seja, combater a emissão de notas fiscais falsas por empresas constituídas por “laranjas”, para acobertar operações mercantis no setor de rochas ornamentais.

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