Na decisão monocrática (DECM 56/2016), publicada no Diário Oficial do TCE, a relatora do caso fixou o prazo de 90 dias para a remessa das informações, que vão instruir a auditoria especial – requerida pelo Tribunal de Justiça. No documento, Márcia Jaccoud acolheu a manifestação da área técnica do TCE para que a Secretaria “apure a efetiva prestação do serviço, bem como o cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias, tributárias, fiscais e comerciais pelas empresas contratadas pelo IASES, por intermédio dos Contratos de Gestão nº 001/2008, 001/2011 e 002/2011”.
As suspeitas de fraudes no Iases remontam o ano de 2012, quando foi deflagrada a Operação Pixote, que levou para prisão a então diretora-presidente da instituição, Silvana Gallina, além de servidores públicos e pessoas ligadas às empresas contratadas. Ao todo, 13 pessoas foram detidas na operação, que culminou com a queda do secretário de Justiça à época, Ângelo Roncalli, alvo de uma ação penal e de improbidade por conta das irregularidades. A Operação Pixote desbaratou um esquema de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha, dentre outros crimes que revelaram um engenhoso esquema de corrupção nos contratos entre o Iases e a Acadis.
Em novembro de 2014, Secretaria de Justiça (Sejus) determinou a perda de qualificação de organização social da Acadis e da Icisec após intervenção nos contratos. A Acadis era responsável pela gestão do Centro Socioeducativo (CSE) de Cariacica e Unidades de Atendimento Socioeducativo da Região Norte, em Linhares; já o Icisec administrava as Unidades de Atendimento Socioeducativo da Região Sul, em Cachoeiro de Itapemirim. Após a finalização da intervenção, o Estado decidiu por retomar a gestão das unidades.