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Tribunal de Justiça volta a suspender contagem dos prazos processuais

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), desembargador Sérgio Bizzotto, determinou a suspensão dos prazos processuais no restante desta semana – dias 28 (quarta) e 29 (quinta-feira). No Ato Normativo nº 264/2015, o chefe da Justiça estadual “devolveu” os prazos que começaram a correr na última terça-feira (27). Bizzotto alega que a administração da Corte alega que a Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-ES) trouxe “relatos demonstrando que o atendimento ainda se dá em nível precário” em decorrência da greve dos servidores do Poder Judiciário, que já dura três semanas e não tem previsão para acabar.

No documento publicado no Diário da Justiça, o presidente do TJES também cita que os relatos da Ordem dão conta que os próprios magistrados não estariam zelando pela atuação das serventias, na forma em que determinou a desembargadora Elizabeth Lordes, que impôs restrições ao movimento paredista. Na decisão sobre o dissídio coletivo de greve, a togada pediu aos juízes que definam quais processos são prioritários, porém, a deliberação não estaria sendo cumprida “seja pela omissão, seja pela ausência de padronização”.

Desde o início da greve dos serventuários, a direção do Tribunal de Justiça suspendeu a contagem dos prazos processuais, sem prejuízo à realização de alguns atos, como audiências e publicação de sentenças. No entanto, o trabalho nos cartórios acabou sendo prejudicado, já que o movimento paredista é restrito aos servidores efeitos – sindicalizados ou não –, excluindo os servidores comissionados e estagiários. O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijudiciário) havia garantido um “plantão mínimo” de 30% dos trabalhadores, mas o índice acabou sendo elevado até 70% por decisão de Elizabeth Lordes.

Também nesta quinta-feira, o Diário da Justiça trouxe mais um ato relativo às providências do tribunal sobre a greve. No Informativo nº 22/2015, a secretária de Gestão de Pessoas do TJES, Ana Paula Gireli Bissi Tatagiba, informa que as chefias de Secretaria deverão indicar, ao realizar o registro de frequência no sistema online da Corte, os trabalhadores ausentes por motivo de greve, que não será considerado como dia trabalhado. Pela orientação, também deverá ser incluída a “especificação dos dias e horas que necessitam ser compensadas, se esse for o entendimento da administração”.

Greve continua na próxima semana

A greve dos servidores do Tribunal de Justiça segue por tempo indeterminado. O Sindijudiciários anunciou que vai recorrer da decisão sobre o dissídio da greve, que não foi bem recebida pela categoria. Até o momento, a administração do TJES não sinalizou que vai atender à principal reivindicação dos trabalhadores: o cumprimento da revisão geral anual dos vencimentos – com efeitos retroativos ao mês de maio, data-base da categoria.

Além da questão salarial, os servidores também pedem retorno de gratificações, correção de auxílios (saúde e alimentação), bem como melhoria nas condições de trabalho nos fóruns de todo Estado. Uma contraproposta feita pelo sindicato chegou a ser apresentada à Presidência do TJES, mas não há um posicionamento sobre as sugestões. A justificativa do tribunal para não conceder o aumento é a falta de espaço no orçamento para gastos com pessoal.

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