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Zanon rebate declarações do desembargador Pedro Valls: ???Dê nomes aos bois???, desafia

O deputado Guerino Zanon (PMDB) rebateu, durante a sessão da Assembleia desta segunda-feira (23), as declarações do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que revelou sofrer ameaças de morte desde a deflagração da Operação Derrama. Único citado no documento encaminhado à presidência do TJES, divulgado em primeira mão por Século Diário, o peemedebista desafiou o magistrado a “dar nomes aos bois”, em alusão aos supostos agressores. Ele rechaçou qualquer insinuação de que estaria por trás das ameaças a Pedro Valls.

“Como foi o único citado na entrevista, deixa-se transparecer de que tudo é relacionado à minha pessoa. Primeiro quero dizer ao desembargador Feu Rosa que não possuo nem um canivete para descascar laranja, dirijo o meu carro e frequento os mais variados lugares e sempre fui só ou acompanhado de amigos, nunca por segurança ou bandidos. É de se estranhar que um presidente do Tribunal à época seja ameaçado de morte e não tome as devidas providências, não torna [o fato] público e faça somente agora”, afirmou Zanon, que foi um dos dez ex-prefeitos presos durante a Operação Derrama, que ocorreu entre o final de 2012 e início de 2013.

Durante o seu pronunciamento, o peemedebista ironizou as declarações de Pedro Valls, que alegou ter sido advertido pela Polícia Civil da transcrição de uma escuta telefônica feita nas investigações da Derrama, onde um dos interlocutores teria afirmado que “iria dar um  tiro na cara” do desembargador. “Senhor desembargador, não foi possível identificar pelas gravações das câmeras do tribunal este propenso atirador, matador?”, questionou. Em tom desafiador, Zanon garantiu que “andar protegido por seguranças não garante a vida”.

Em outra parte do discurso, o ex-prefeito de Linhares confirmou o teor da entrevista concedida a um site local, em que insinuou a participação de Pedro Valls no grupo que teria como objetivo a perseguição aos políticos ligados ao governador Paulo Hartung. “Não retiro uma única palavra. Palavra de quem ficou 50 dias presos, confinando em sua tristeza sem ter direito à defesa. […] Todos os presos eram aliados ao então ex-governador, hoje governador Hartung, o Estado sabe disso”, bradou.

No final de sua fala, Zanon tentou relacionar as perseguições sofridas a autoridades que estariam defendendo o interesse de empresas sonegadoras de impostos. “Ninguém que não deve, não tem o que se assustar com a CPI que se inicia agora para apurar a sonegação de tributos pelas empresas na atividade do petróleo”. O peemedebista incluiu no grupo de “perseguidores”, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sebastião Carlos Ranna, além de juízes e promotores que atuaram na operação policial, deflagrada no início de 2013.

 

Convite a Pedro Valls

 

Uma das primeiras ações da Comissão de Sonegação de Tributos da Assembleia, cuja Zanon é um dos membros efetivos, foi convidar o desembargador Pedro Valls para depor. O presidente da comissão, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), justificou que a CPI precisa ouvir o desembargador sobre as ameaças que revelou ter sofrido após a deflagração da Operação Derrama, que investigava justamente fraudes e desvios fiscais nas prefeituras do interior. 

Se o desembargador aceitar o convide, a sessão será dia 9 de abril, às 9 horas, na Assembleia.

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