Pedro Ivo foi o mais votado, e Maria Clara ficou em terceiro. Escolha de Francisco Berdeal (centro) impõe derrota a Eder Pontes
Berdeal, que é secretário-geral do Gabinete Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), obteve 132 votos, e a escolha de seu nome impõe derrota ao ex-procurador-geral Eder Pontes, atual desembargador do Tribunal de Justiça (TJES). Após 12 anos de domínio do MPES, Eder foi ator de um racha na situação, que o colocou em lado oposto ao de Luciana Andrade, e apoiou outro candidato, o promotor Danilo Raposo Lírio. Ele ficou na penúltima posição, com 64 votos.
A divisão do grupo criou, pela primeira vez na última década, um cenário favorável para a oposição, o que se confirmou nas urnas. O quarto colocado foi o procurador de Justiça Marcello Souza Queiroz, conhecido adversário de Eder, que recebeu 82 votos, e o último, o procurador de Justiça Josemar Moreira, também da situação, com 26 votos.
No início das articulações, o mercado indicou a possibilidade de união de Maria Clara, da Promotoria da Serra, com Marcello Queiroz, o que não se concretizou. Já Pedro Ivo de Souza, ex-presidente da Associação Espírito-Santense do Ministério Público (AESMP) e filho do procurador de Justiça Eliezer Siqueira de Sousa, pertence a outro grupo de oposição. Também não houve consenso entre Eder e Luciana, mantendo as duas candidaturas concorrentes, além de Josemar.
A eleição foi realizada das 9h às 17 horas, por meio do sistema informatizado de voto à distância do MPES. Do total de 268 promotores e procuradores em atividade e aptos a participar do pleito, todos registraram o voto no sistema.
A lista tríplice foi encaminhada logo após o resultado a Casagrande, que terá até 15 dias para definir o nome que ocupará a Procuradoria-Geral de Justiça no biênio 2024-2026. Ele já manifestou publicamente que não tem obrigação de escolher o primeiro colocado.
Uma decisão nesse sentido, porém, alteraria o curso de todas as últimas disputas do MPES sob comando de Eder Pontes, que perpassaram tanto os governos Paulo Hartung (sem partido) quanto de Casagrande. O ex-procurador-geral elegeu sucessoras – Elda Spedo e Luciana – por duas vezes e alçou o grupo a disputar em condição de unanimidade – o próprio Eder, em 2014, e a atual procuradora-geral, em 2022.
O novo ocupante do cargo máximo do órgão ministerial capixaba administrará, em 2024, um orçamento de R$ 527 milhões. A posse será no próximo dia 1º de maio.
Queda de braço
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