quinta-feira, setembro 12, 2024
27.1 C
Vitória
quinta-feira, setembro 12, 2024

Leia Também:

Há ‘uma mão obscura’ visando parar processo de vereador, acusa advogado

José Carlos Rodrigues afirma que Léo do IAPI “continua com a prática do suposto crime até hoje”

“O que se pode falar é que estão escandalosamente sendo adiadas essas audiências. Tem uma ‘mão obscura’ ali”. A afirmação é do advogado José Carlos Rodrigues, autor de denúncia acatada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), ao comentar o adiamento, para 9 de outubro, da audiência que vai ouvir o vereador de Cariacica Léo Alexandre Coutinho de Almeida, o Léo do IAPI (Podemos), prevista para esta sexta-feira (23).

Candidato à reeleição, o vereador responde a processo por falsidade ideológica e corrupção eleitoral, como desdobramento de inquérito policial, que indicia o vereador por oferecimento de vantagens a eleitores para obtenção de consultas e exames no Posto de Saúde do bairro Alto Laje, em troca de votos. O suposto crime teria ocorrido durante a campanha eleitoral de 2016, “sendo praticado até hoje”, segundo o advogado.

“No despacho do juiz para transferir a audiência, ele fala que o cartório deixou de intimar o acusado. Ora, isso é a coisa mais elementar na Justiça, o acusado tem que estar presente, pois sempre é o primeiro a ser intimado”, afirma.

Ele destaca que abriu o processo e “constatou que o encarregado das intimações não achou nenhuma testemunha do Ministério Público, sendo que uma delas, Patrícia de Almeida Dias, que é minha filha, mora no mesmo lugar desde que nasceu, há quase 50 anos. Mesmo assim, fiz questão de levá-la para tomar ciência, em cartório”. As outras testemunhas são Claudete Moreira da Costa e Sander Cosmo Ruela.

O advogado José Carlos Rodrigues explica: “Na época em que houve esse problema, a Patrícia era quem ligava para as pessoas para notificar sobre autorizações de exames médicos. O vereador foi ao posto de saúde e queria pegar os documentos e entregá-los pessoalmente para angariar votos”.

“Como a Patrícia se negou a entregar as autorizações e levou ao conhecimento de chefias”, diz José Carlos, “ela foi substituída na função por outra pessoa indicada pelo vereador, que continua fazendo isso, todo mundo em Alto Laje sabe”.

Léo do IAPI teve o mandato cassado em 2016 por denúncia de troca de votos por atendimento em unidade de saúde pública. Entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) e recuperou o mandato. Em maio deste ano, em ação por fraude à cota de gênero contra partidos, foi absolvido no processo que cassou os mandatos de Juarez do Salão (PMN), Juquinha (PMN), César Lucas (PV), Marcelo Zonta (Cidadania) e Mário Durval (Cidadania).

Mais Lidas