Ex-deputado-federal disse que vai processar políticos e jornalistas que iniciaram nova onda de ataques e fake news
O senador capixaba Marcos do Val (Podemos) é um dos políticos responsáveis pela difusão das acusações que surgiram pelas redes bolsonaristas nessa segunda-feira (27) que apontam o ex-deputado federal pelo Psol Jean Wyllys como possível mandante da facada contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro em 2018.
Jean Wyllys, que renunciou ao mandato e foi viver no exterior devido a ameaças de morte, afirmou que seus advogados já estão a par da questão e irão processar jornalistas e parlamentares que usaram suas redes oficiais para difundir as informações falsas, que também insinuam que ele teria vendido seu mandato ao jornalista Glenn Greenwald, estas últimas não divulgadas por Do Val.
Segundo o ex-deputado, o objetivo é “matar dois coelhos com uma cajadada só”, atingindo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, desqualificando suas denúncias contra o presidente, ao mesmo tempo em que ataca o campo democrático.
“Esse é o típico comportamento de ratos acuados. Ratos acuados costumam atacar. E o governo Bolsonaro está acuado, os ratos do governo Bolsonaro, incluindo ele mesmo, estão acuados graças à sua incompetência na gestão da Covid-19, E acuado por causa das denúncias da própria Polícia Federal em relação ao envolvimento dos filhos de Bolsonaro com o crime organizado”, afirmou o ex-deputado, em vídeo divulgado pela Mídia Ninja.
Marcos do Val disse que iria protocolar um requerimento no Senado Federal convocando Jean Wyllys para prestar esclarecimentos sobre o caso e um ofício pedindo proteção à testemunha para Luciano de Sá, que teria ouvido de Adélio que este havia ido ao gabinete do então deputado do Psol.
Uma das lideranças do partido de Jean Wyllys no Espírito Santo, Camila Valadão classificou a denúncia postada pelo senador como “estapafúrdia” ao relacionar Adélio Bispo, preso pela facada a Bolsonaro, com Wyllys. “Aparentemente sua ‘prova’ é que em algum momento Adélio esteve no gabinete do então deputado. Inacreditável um senador da República usar sua visibilidade para uma denúncia tão rasteira para tentar disfarçar que o governo do seu chefe está acabando. Vergonha!”.
Mesmo mostrando, porém, que segue aliado ao presidente Jair Bolsonaro, Marcos do Val fez uma defesa de Sérgio Moro após sua saída do governo federal. Embora tenha considerado que o ex-ministro errou ao expor conversas que teve com o presidente e deputada federal Carla Zambelli (PSL) à imprensa, questionou: “Mas por conta desse erro devemos assassinar a reputação deste nosso segundo herói brasileiro?”, considerando como “primeiro herói” Marcos Pontes, astronauta e hoje ministro da Ciência e Tecnologia, que foi criticado ao deixar Aeronáutica.
“Conheço Sérgio Moro como pessoa e conheço seu caráter. Ver esses constantes ataques da sua reputação está me fazendo muito mal”, escreveu o senador em suas redes sociais, o que gerou críticas de seus seguidores bolsonaristas.