No segundo dia do grande protesto que reivindica providências dos governos estadual e federal com relação à situação dramática dos pequenos agricultores e agricultoras do norte e noroeste do Estado, mais manifestantes chegaram à cidade de Colatina, somando cerca de mil pessoas. Nesta quarta-feira (13), a expectativa é de que cheguem mais seis ônibus.
Acampados desde essa segunda-feira (11), no galpão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as trabalhadoras e trabalhadores rurais, vinculados a cerca de quinze organizações sociais, realizaram pela manhã uma passeata pelo centro da cidade e uma formação sobre a crise ambiental e seus precedentes, conduzida pelo geógrafo Aloísio Nunes.
À tarde, a Juventude Camponesa – coletivo de jovens que integram as várias organizações organizadoras do Acampamento Permanente – apresentaram um teatro sobre a morte do Rio Doce, com um diálogo entre as pessoas afetados pelo crime e pela seca. No final do dia, houve ocupação da ferrovia, outra ação em solidariedade às vítimas da Samarco/Vale-BHP.
Nesta quarta está agendada uma audiência com o superintendente do Banco do Brasil, para tratar da anistia das dívidas contraídas pelos agricultores. Os financiamentos não estão sendo quitados devido à drástica queda na produção, que chega a 70%, obrigando as famílias a escolherem entre pagar ao banco ou comprar alimentos. Não há água em muitas propriedades rurais, que estão sendo abastecidas com carros-pipa.
A anistia é um dos três pontos da pauta de reivindicações do Acampamento. As outras duas são a concessão de empréstimo subsidiado – sobre o qual há um grupo em Brasília aguardando reunião com a Casa Civil – e a implementação do Programa Reflorestar, para restauração ambiental da região e recuperação da capacidade hídrica.
As famílias vão se revezar semanalmente no Acampamento, que prossegue até que os três pontos de pauta sejam atendidos.