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Acampamento Permanente exige providências do governo estadual quanto à crise hídrica

Foto: MPA

 

Falta de água nas propriedades, com abastecimento dependente de carros-pipas; perdas de até 70% na produção; endividamento severo com bancos. Esta é a situação das famílias produtoras rurais do norte e noroeste do Estado, em decorrência da crise hídrica histórica, que é tratada com omissão pelo governo Hartung (PMDB).

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Organizados em cerca de quinze entidades, 700 camponeses se reuniram nesta segunda-feira (11) em Colatina, para um grande protesto que exige mais uma vez providências do governo estadual. Outro grupo está em Brasília, esperando que a repercussão das manifestações locais auxilie o agendamento de uma reunião na Casa Civil.

O acampamento teve início com um culto ecumênico às margens do rio Doce e seguiu durante o início desta tarde em denúncia pelas ruas da cidade, chamando atenção da população para o crime e a omissão dos agentes públicos na punição dos responsáveis e para a insegurança que vivem as comunidades impactadas, como informou em nota o Coletivo de Comunicação do Acampamento.

Depois, os camponeses ocuparam o armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no município, onde erguerão o acampamento permanente. Haverá um rodízio semanal das famílias dentro do Acampamento, que se estenderá até que o governo estadual anuncie medidas de amparo às famílias e de recuperação ambiental.

A crise hídrica na região é tão severa, que já compromete até 70% da produção deste ano e que, já se sabe, deixará um rastro de perdas significativas também para a safra de 2017. Sem produzir, as famílias não estão conseguindo honrar os financiamentos contraídos e as dividas se acumulam.

“Muitas estão tendo que escolher entre pagar o banco ou comprar alimentos”, afirma Douglas Fernandez, do Coletivo. Já não há água nem para beber e muitas famílias estão vendendo suas  terras para se mudarem para outros estados, como Rondônia.

Diante disso, a pauta de reivindicações do movimento tem três pontos primordiais: a anistia total da dívida, crédito emergencial subsidiado; e recomposição florestal. “O Programa Reflorestar não está funcionando, é preciso que seja implementado de fato”, sugere Fernandez.

O ato desta segunda faz parte da Jornada Unitária Campo e Cidade, Por Nenhum Direito a Menos.

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