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Agricultores pedirão à prefeitura de Colatina indenização pelo não retorno da feira

Sergio Meneguelli garantiu retorno no dia 11, mas recuou às vésperas, prejudicando mais de 200 feirantes

Coletivo de Comunicação MPA/ES

Os agricultores e feirantes que trabalham na feira livre de Colatina preparam uma ação a ser protocolada no Ministério Público Estadual (MPES), requerendo indenização e uma posição segura por parte do prefeito, Sergio Meneguelli (Republicanos), com relação ao retorno da feira livre municipal. 

Suspensa há quase quatro meses, desde o início da pandemia de Covid-19, a feira é uma das três maiores do Estado e a maior do norte, reunindo mais de 200 feirantes e um público consumidor cativo, que também já manifestou desejo de retorno da feira. 


No dia 1 de julho, a prefeitura chegou a anunciar o retorno das atividades para o último sábado (11), inclusive determinando as regras sanitárias de funcionamento. Mas, às vésperas, na última terça-feira (7), voltou atrás, sem dar maiores explicações, alegando apenas ser mais uma medida de contenção da pandemia. 
“Infelizmente teremos que pedir indenização a esses feirantes que se prepararam para a retomada da feira. O nosso povo se preparou, cortou a banana, tem que cortar uma semana antes pra chegar madura na feira. Colheram as frutas, quem trabalha com embutidos, com biscoitos, produziu. E faltando três dias pra feira acontecer, recebemos a notícia de que o prefeito não ia suspender o fechamento da feira. Isso trouxe prejuízo para os agricultores feirantes. Prejuízo direto depois de 100 dias sem poder fazer a feira, que era o meio de comercialização deles”, relata o diretor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes), José Izidoro Rodrigues.

A ação no MPES, ressalta Izidoro, é resultado de um consenso entre a Fetaes e os sindicatos de trabalhadores rurais de Santa Teresa, São Roque do Canaã, Santa Maria de Jetibá e Colatina. “Mantemos nossa posição com relação à segurança e primamos pela garantia da saúde das pessoas. Não queremos de forma alguma fazer uma ação pra colocar em risco nem os feirantes nem os consumidores”, assegura.

“Para nossa categoria é uma situação complicada, porque o agricultor é um público que gosta de fazer as coisas dele muito bem organizada. Diante dessa situação, deve ter agricultores que não estão conseguindo honrar seus compromissos, que traz problemas de natureza até emocional. Tem como encontrar uma solução pra não criar esse tipo de situação. O que a gente acha muito estranho, é o que aconteceu? Dia 1 estava tudo certo, e no dia 7 mudou? Parece que a administração está tratando a coisa meio descontrolada”, observa.

Reconhecendo a grandiosidade da feira, as entidades pedem que o município encontre um local mais amplo, que permita um maior espaçamento entre as barracas, a exemplo do que vem funcionando em feiras também grandes na Grande Vitória.

A Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) já produziu uma cartilha com orientações sanitárias de segurança e o secretário, Paulo Foletto, já saiu diversas vezes em defesa das feiras, como espaços seguros de comercialização, que oferecem alimentos mais saudáveis e a preços mais acessíveis para os consumidores. Condições tão necessárias nesses tempos de pandemia, em que, mais do que nunca, é preciso cuidar da alimentação e da imunidade.

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