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Agricultores pedem prioridade para produção de alimentos sobre geração de energia

Barragem Rio Bonito e rios da região serrana estão com níveis baixos e trazem insegurança aos agricultores familiares

Lenicia Kosanke Brun

Que seja modificada a normativa que regula os usos prioritários da água da Barragem do Rio Bonito, na região serrana capixaba, garantindo prioridade para a produção de alimentos e abastecimento humano sobre a geração de energia elétrica. 

O pedido é feito pelos agricultores familiares da região serrana às sucessivas gestões do governo do Estado. O motivo é a estação seca que, a cada inverno, traz insegurança às famílias, pois a partir de determinado nível de água na represa, a interrupção da irrigação agrícola é determinada, com fechamento de bombas para manter a produção de energia elétrica.

Na última semana, o alerta foi renovado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá (STRSMJ), que encaminhou ofícios ao governador Renato Casagrande (PSB), ao secretário de Estado da Agricultura (Seag), Paulo Foletto, e ao diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert. 
STRSMJ

Agricultores da comunidade do Recreio, às margens da Barragem, relataram redução de mais de 40 centímetros na represa, além de redução nos níveis de córregos e rios da região, conta Egnaldo Andreatta, presidente do Sindicato. “E só temos previsão de chuvas significativas no início de outubro”, informa. 

“Todo ano esta época ficamos apreensivos com esta situação. O governo tem que se posicionar, água e alimentos para a Grande Vitória e todo o Espírito Santo? Ou para energia elétrica, somente?”, questiona a entidade em suas redes sociais.

A solução, reivindicam os agricultores, é elevar o nível de importância da agricultura familiar dentro do espectro de usos da água da barragem, que atualmente têm a produção de energia elétrica como prioridade. 

“Os agricultores merecem ter mais segurança para produzir alimentos e manter os filhos na propriedade, evitando o êxodo rural. Quanto mais segurança os órgãos públicos conseguirem transmitir pros agricultores, melhor para toda a sociedade”, argumenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá.

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