Cerca de 250 famílias da aldeia Pau-Brasil são atingidas pelo constante desabastecimento, aponta Jaguareté
O vereador explica que, na aldeia Pau-Brasil, há um problema crônico de abastecimento. Oficialmente, a comunidade não é atendida nem pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), nem pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Aracruz (SAAE), autarquia municipal que contempla outras localidades.
De acordo com Vilson, o SAAE auxilia apenas em algumas atividades pontuais, mas a comunidade não é contemplada oficialmente por nenhum dos dois serviços. Durante uma reunião realizada esta semana com representantes de órgãos públicos locais e federais, o parlamentar solicitou um estudo para que o abastecimento de água potável da aldeia seja feito pelo SAAE ou pela Cesan. “Era necessário que a Sesai [Secretaria Especial de Saúde Indígena] contratasse esse serviço porque é de responsabilidade dela. O SAAE, inclusive, não tem dificuldade de fazer, mas alguém precisa pagar por isso”, destaca.
Enquanto isso, a aldeia de Pau-Brasil não conta com água encanada. A captação é feita por meio de um poço perfurado na região. “Só que nessa captação, o tratamento da água é precário, a tubulação também não está mais de acordo com o tamanho da aldeia, que foi crescendo, então a bomba está sempre com problema”, aponta.
A falta de uma distribuição adequada faz com que casos de desabastecimento sejam recorrentes na aldeia, deixando cerca de 250 famílias sem água ou com dias de baixa pressão. “Quando isso acontece, a prefeitura tem que correr pra fazer o abastecimento com carro-pipa. Só que a Sesai é responsável pelo saneamento básico nas aldeias indígenas, então precisa sentar para pensar em um termo de cooperação ou algo do tipo para resolver”, reforça.
O tratamento do esgoto também é um problema, já que a maioria das residências ainda utiliza fossas, que, por sua vez, não são limpas com a periodicidade adequada. “É preciso que poder público municipal e, principalmente, a Sesai, que detém essa responsabilidade, promova alternativas ecologicamente corretas, porque essas fossas são escavadas no chão, muitas vezes sem cobertura nenhuma, gerando até a possibilidade de se aumentar mosquito da dengue e poluição do lençol freático. Não tem controle nenhum”, ressalta.
Todas essas demandas foram apresentadas pelo vereador em uma reunião realizada nessa terça-feira (30) com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e a Secretaria Municipal de Trânsito e Serviços Urbanos (Setrans). “Na oportunidade, alinhamos as competências e a busca pela viabilização de repasses de recursos federais para melhorias no saneamento básico nas aldeias”, informou nesta quarta-feira (1). Sobre a limpeza das fossas, representantes da Setrans afirmaram, durante a reunião, que os serviços seriam realizados esta semana.