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Ales retoma última feira orgânica que faltava reabrir após início da pandemia

Sanção do auxílio a agricultores familiares é fundamental até retomada do volume de vendas pré-pandêmico

Ellen Campanharo/Ales

A feira orgânica da Assembleia Legislativa retorna nesta quarta-feira (1), de 7h às 15h, após quase um ano fechada, no mesmo local onde era realizada anteriormente, no segundo andar da torre administrativa, próximo ao restaurante da Casa, que se encontra fechado.

A reabertura conclui um ciclo na Grande Vitória. Era a última feira que faltava voltar desde o fechamento de vários pontos de venda direta em função da pandemia de Covid-19, há um ano e meio. Como em muitas feiras, a retomada na Ales será em formato menor que o original, mas com boas expectativas.


Agricultor orgânico certificado em Santa Maria de Jetibá, na região serrana, Henrique Sturh conta que será o único a vender verduras e hortaliças, por enquanto. “A gente espera que seja bom e que volte ao tamanho que era”, conta, em meio aos preparativos do esperado retorno.
Henrique conta que há meses tem vendido apenas em um ponto próximo à Assembleia, pois a feira anterior em que trabalhava, no Bairro de Fátima, foi diminuindo o volume de vendas no início da pandemia, desanimando a maioria dos agricultores. Das mais de dez barracas, apenas uma continuou. “Tomara que todas as feiras voltem ao que eram antes”, roga.
De maneira geral, o desejo é que a retomada dos pontos fechados seja acompanhada de um retorno dos números de barracas e dos volumes de vendas pré-pandêmico, pondera Egnaldo Andreatta, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá.
“Quem consegue fazer venda direta ao consumidor, na feira ou na Ceasa, está numa situação econômica menos vulnerável que os agricultores que vendem para atravessadores, porque consegue agregar mais valor ao produto”, afirma. E o consumidor, complementa, “se ao invés de pagar oito reais no quilo do tomate no supermercado, ele pagar ao agricultor, ele vai colocar o dinheiro direto para quem mais precisa, para continuar plantando o alimento saudável que chega na mesa de 70% da população”. Ou seja: a venda direta faz chegar um produto de melhor qualidade ao consumidor e, ao agricultor, a dignidade financeira. “A grandeza da feira pra mim é isso”, exulta.
O importante movimento de expansão de feiras orgânicas que o Espírito Santo vivenciava há cerca de cinco anos, no entanto, foi parcialmente interrompido pela pandemia. “Há feiras em que houve até aumento das vendas no início da pandemia, porque muitas pessoas passaram a procurar os alimentos orgânicos para aumentar a imunidade, mas há outras em que houve queda acentuada”, relata.
E enquanto essa ampla retomada não acontece, Egnaldo reafirma a importância da sanção presidencial ao Projeto de Lei nº 823/2021, aprovado no Senado na última quarta-feira (25). Entre as medidas, estão o pagamento de um auxílio de R$ 2,5 mil por família para produtores em situação de pobreza e extrema pobreza e a prorrogação de dívidas rurais até dezembro de 2022.
“Se o auxílio emergencial for sancionado na íntegra, vai ser um alívio grande para quem está com dificuldade de vender seus produtos. Beneficia toda a família, principalmente a mulher, que tem que ficar nos cuidados do dia a dia. Na casa de agricultor feirante, não falta alimento na mesa, mas se ele não vende seu produto, acaba tendo que diminuir o gasto em outras coisas, até pagar algumas contas, como energia elétrica, que está muito caro para quem usa irrigação”, expõe.

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