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Ambientalista pede investigação à CPI sobre dados da poluição na Ilha do Boi

Ambientalista oficia a CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa sobre dados da poluição na Ilha do Boi. A medida, na média anual de 2014 de poeira sedimentável na Ilha do Boi, em Vitória, foi de 5,4 g/m2/mês, surpreendentemente menor do que a médias anteriores. 
 
Então, o ambientalista requereu investigação sobre a medição, considerando os números do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) por serviço terceirizado. Vê a redução como paradoxal, considerando a ampliação da produção das empresas poluidoras neste ano.
 
O requerimento foi encaminhado ao presidente da CPI do Pó Preto, deputado Rafael Favatto, na manhã desta segunda-feira (18), pelo presidente da Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi Junior.
 
No documento à CPI,  o ambientalista solicita ao presidente “determinar abertura de processo investigativo para os fatos relatados em reportagem www.seculodiario.com. O texto tem como título “ONG Juntos SOS ES Ambiental contesta dados de medição do Iema”.
 
O texto aponta que, mesmo com o início da operação da 8ª usina de pelotização da Vale e com o terceiro alto-forno da ArcelorMittal de novo em operação, a medição da média anual de poeira sedimentável na Ilha do Boi, em Vitória, foi menor. Surpreendentemente, 5,4 g/m2/mês em 2014 (média anual).
 
O valor é inferior à média de 7,22 g/m2/mês do quadriênio de 2009 a 2012. Uma redução de 25,9% na poeira sedimentável na estação de medição do Hotel  Senac, na Ilha do Boi, em Vitória. Os dados são das amostras de poeira sedimentável da rede manual do Iema no local.
 
O presidente da Juntos SOS ES Ambiental aponta o  que considera algumas razões para o descrédito do Iema. Em 2014, o Iema terceirizou o serviço de medição de poeira sedimentável manual na Grande Vitória, que passou a ser realizada pela  Tommasi Analítica Ltda EPP (empresa de pequeno porte).
 
Foi em 2014 que a 8ª Usina de Pelotização da Vale passou a operar, o que aumentou  em mais de 30% a movimentação de materiais. E volta a operar o terceiro alto-forno da ArcelorMittal Tubarão,  o que eleva as médias de material sedimentável emitido pelas poluidoras.
 
Apesar de tudo isto, a medição média anual de poeira sedimentável foi menor em 25,9% do que as medias anteriores sobre poeira sedimentável na Ilha do Boi, na estação de medição do Hotel Senac.
 
O ambientalista citou que as médias anuais de poeira sedimentável na Ilha do Boi (Hotel Senac) no período de 2009 até 2012, segundo dados do próprio Iema, foram de: 2009 = 7,13 g/m2/mês ( média anual ); 2010 = 7,48 g/m2/mês ( média anual ); 2011 = 7,08 g/m2/mês ( média anual ) e 2012 = 7,16 g/m2/mês ( média anual ).
 
Apontou o ambientalista que a média geral do período de 2009 até 2012 é de 7,22 g/m2/mês de poluentes sedimentáveis. Pergunta onde houve o desvio para menos das medições anuais máximos em relação à média geral, de mais 3,56% e menos 1,98%.
 
Ele lembrou que por omissão, ou algo pior, da direção do Iema, em 2013, o laboratório do órgão foi interditado. E que,  neste ano, quase seis meses de dados de todas as estações foram perdidos e a série histórica interrompida.
 
Agora, o presidente da Juntos SOS ES Ambiental requer que seja realizada investigação da CPI do Pó Preto, considerando  que os dados de 2014 não retratam a realidade vivenciada pelo cidadão morador na Grande Vitória que foi às ruas reclamar dos números de poeira jamais visto em suas casas. 
 
A poluição do ar custa caro aos capixabas. O gasto anual é de R$ 565 milhões para tratar doenças produzidas pela poluição do ar,  só na Grande Vitória. Entre as doenças, as alérgicas, pulmonares e até câncer.

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