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Anvisa detecta níveis elevados de agrotóxicos em abobrinha e alface comercializados no ES

O Relatório Final do Programa de Analise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), detectou níveis elevados de agrotóxicos em amostras de abobrinha e alface analisadas no Espírito Santo. No ano passado, após conclusão da primeira parte do relatório, a Anvisa já havia alertado para os índices elevados de agrotóxicos encontrados em outros seis alimentos no Estado: pepino, alface, arroz, tomate, uva e abacaxi.

Em relação à abobrinha, sete amostras de 10 foram consideradas insatisfatórias; e nas de alface, cinco amostras de um total de nove. Nessa etapa final, também foram avaliadas amostras de feijão, cujo resultado foi aceitável, e totalmente satisfatório nas amostras de milho de fubá, tomate e uva. Os dados são referente aos anos de 2011 e 2012.

 
De todas as 57 amostras, variadas entre os alimentos avaliados no Relatório Final, 13 foram consideradas insatisfatórias. De acordo com a Anvisa, para todas as amostras insatisfatórias oriundas de coletas visando análise fiscal, é aberto um processo administrativo autuando os responsáveis pelo alimento comercializado fora dos padrões estabelecidos pela Agência.
 
Em 2013, período de realização da primeira análise do estudo,  a Anvisa analisou 67 amostras de alimentos em 2011, das quais 22 foram insatisfatórias. Em 2012, foram 77 amostras coletadas de alimentos – diversos e não necessariamente os mesmos do ano anterior –, dos quais 18 foram consideradas insatisfatórias.
 
Nesta segunda etapa do relatório, 75% dos resultados das amostras monitoradas foram considerados satisfatórios quanto aos ingredientes ativos pesquisados. Em 33% delas não foram detectados resíduos e 42% das amostras apresentaram resíduos com concentrações iguais ou inferiores ao Limite Máximo de Resíduos (LMR). Entretanto, 25% dos resultados foram considerados insatisfatórios por apresentarem resíduos de produtos não autorizados, ou autorizados em concentrações acima do LMR. O relatório ressalta que em uma amostra de uva observou-se traços do ingrediente ativo tebufenpirade, nunca registrado no Brasil, o que sugere a ocorrência de contrabando. 
 
Nacionalmente, as amostras de abobrinha (45%), de alface (39%) e da uva (25%) foram as culturas que mais tiveram detectadas a presença de agrotóxicos não autorizados. Os agrotóxicos não autorizados para a cultura podem ter essa designação por conterem um ingrediente ativo com registro para outras culturas e não autorizado para a cultura monitorada ou ingrediente ativo banido ou sem nunca ter tido registro no país. 
 
Das 347 amostras consideradas insatisfatórias (25% do total), 26 (1,9% do total) apresentaram agrotóxicos em níveis acima do LMR; 294 (21% do total) tiveram a constatação de agrotóxicos não autorizados (NA) para a cultura; e 27 (1,9 % do total) apresentaram resíduos acima do LMR e NA simultaneamente.
 
Com relação ao ano de 2012, o relatório apontou que apenas 1,9% das amostras coletadas naquele ano apresentaram quantidade de agrotóxico acima do LMR. Os resultados insatisfatórios são divididos em duas categorias: quantidade de resíduo de agrotóxicos acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) ou presença de agrotóxico não autorizado para a cultura analisada. Ao todo, 25% das amostras apresentaram algum tipo de problema, mas a maior parte era referente ao uso de um produto não aprovado, mas utilizado em outras lavouras. Isso ocorre por falta de orientação correta ao produtor rural ou pelo uso de um mesmo agrotóxico em várias culturas na mesma propriedade, por exemplo.
 
No mesmo ano, todos os resultados insatisfatórios das amostras de alimentos como a cenoura e o arroz foram devido à presença de agrotóxicos não autorizados para estas culturas. O morango apresentou elevado percentual de amostras com resultados insatisfatórios, contendo resíduos de agrotóxicos com concentrações acima do LMR, o que também evidencia a utilização dessas substâncias em desacordo com as indicações constantes nos rótulos e bulas. No Espírito Santo, as amostras de morango foram consideradas satisfatórias (foram seis amostras insatisfatórias por 20 coletadas).
 
Em 2010, o mesmo monitoramento desenvolvido pela Anvisa classificou com o maior grau de insatisfação quanto aos agrotóxicos a alface (cinco de seis amostras), a cenoura (três amostras de seis), a couve (uma amostra de seis), a laranja (idem), o mamão (idem), o morango (quatro de 10 amostras), o pepino (quatro amostras de seis) e o pimentão (seis amostras de seis). Na época, foram 27 amostras insatisfatórias, de um total de 102 analisadas. 

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