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Após protesto, Samarco/Vale faz promessas a prefeito de Baixo Guandu

Após o protesto que interditou a linha férrea da Vale, o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), conseguiu um encontro com representantes da Samarco Mineração, controlada pela Vale e BHP Billiton, nessa sexta-feira (13). Mas as conversas ficaram mesmo no campo das promessas. 
 
A empresa se comprometeu a prestar apoio e fornecer a infraestrutura  necessária para que a prefeitura possa minimizar os impactos do rompimento das barragens em Mariana (MG). Nenhuma ação, porém, de imediato. 
 
“Estão preparando a defesa jurídica ao invés da recuperação ambiental”, disparou o prefeito. Ele ressaltou que não irá abrir mão dessa recuperação, o “mais importante”, e irá cobrar “cada centavo investido nas ações da prefeitura”.
 
Estiveram com Neto Barros o diretor de Projetos e Ecoeficiência, Maury de Souza Junior, o diretor da Estrada de Ferro Vitória Minas, Carlos Quartieri, e representantes da área de Relações Institucionais da companhia ferroviária, André Luiz Oliveira, Álvaro Albergaria e Jaime Henriques, além de secretários.
 

Sem garantias de ajuda externa, o prefeito já colocou em prática, por conta própria, o projeto 
alternativo de captação de água para abastecimento da população. As obras (à esq.) estão em estágio avançado e mudarão o ponto para o rio Guandu. Em regime de urgência, a prefeitura e Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) mobilizaram cerca de 50 trabalhadores que atuam para desobstruir o canal da antiga Usina Hidrelétrica Von Luztow
 
Se as obras não ficarem prontas até a interrupção da captação de água do rio Doce, serão mobilizados sete caminhões-pipas para transporte de água bruta, com capacidade total de 104 mil litros, para captação de água no rio Manhuaçu em Aimorés.
 
A prefeitura deverá ser a primeira a consolidar um ponto alternativo de captação, que se tornará definitivo. “O Rio Doce vai ficar impraticável”, pontuou Neto Barros. 
 
Previsão
 
A passagem da onda de lama por reservatórios e usinas hidroelétricas em Minas Gerais e no Estado adiaram mais uma vez a chegada dos rejeitos das barragens a Baixo Guandu, o que deve ocorrer agora somente a partir da próxima terça-feira (17).
 
O último boletim do Serviço Geológico do Brasil aponta que a água com elevada turbidez, ao chegar ao lago da barragem (mudança de um ambiente lótico para um ambiente lêntico) no município de Resplendor (MG), reduziu drasticamente a velocidade do escoamento, postergando a previsão de chegada para os próximos municípios. 
 
Segundo o órgão, equipes de campo estão no local para avaliar esta passagem pelo reservatório e auxiliar na previsão. 
 
Outros fatores podem interferir e modificar as previsões, como a deposição desses sedimentos no reservatório e as chuvas previstas para a região nos próximos dias. 

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