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Aracruz Celulose e Samarco/Vale-BHP continuam sem solução para água suja e salgada de Vila do Riacho

Um protesto com queima de pneus e faixas foi realizado na manhã desta segunda-feira (19) pelos moradores de Vila do Riacho, em Aracruz, norte do Estado. Eles voltaram a cobrar providências da Aracruz Celulose (Fibria) e da Samarco/Vale-BHP para solucionar o problema da água que abastece a comunidade: salgada, de pH ácido, mal cheirosa e alaranjada. 

Embora o mal estar somente ao manipular a água seja unânime em casas, escolas e imóveis há mais de dez anos, o poder público não exige das empresas responsáveis qualquer reparação.

No caso da Aracruz Celulose, o problema é mais antigo e tem relação com o Canal Caboclo Bernardo, construído em 1999 para transpor água do Rio Doce até a sua Fábrica C, por meio do Rio Riacho, que deságua entre as comunidades de Vila e Barra do Riacho. Já a Samarco é cobrada pela omissão em relação aos impactos do crime do rompimento da barragem em novembro de 2015, que agravou a situação.

Com o crime da mineradora, toda a contaminação com rejeitos de minério que atingiu o Rio Doce chegou, através do Canal, também no Rio Riacho, dando o que a comunidade chama de golpe de misericórdia no agonizante corpo d'água, que sempre proveu farta pescaria para Vila e Barra do Riacho. Os moradores relatam que a impressão é de que aumentaram a quantidade de um produto que colocam na água pra disfarçar o mal cheiro e a cor, tornando-a insuportável.

 
O fechamento das vias de acesso à fábrica da Aracruz forçou a empresa a sentar-se com os manifestantes, assim como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracruz (Semam) e a Polícia Militar. A empresa, no entanto, não se comprometeu com nenhuma ação. 

Assim como a Samarco e a sua Fundação Renova, que se negam a reconhecer a comunidade como impactada. Apesar da Deliberação 058 do Comitê Interfederativo (CIF), que determinou o reconhecimento desta e outras várias localidades costeiras ao norte e ao sul da Foz do Rio Doce, bem como o cadastramento dos moradores para recebimento do auxílio emergencial e indenizações, todas essas comunidades continuam sem qualquer assistência por parte da empresa, postura que está sendo contestada pelas Defensorias Públicas Estadual e da União.

 
Durante a reunião desta segunda-feira (19), a Samarco/Vale-BHP foi localizada por telefone e se comprometeu a participar de uma próxima reunião, no dia 29. “Levaremos todos os atingidos de Aracruz, desde Portal de Santa Cruz, e que não foram reconhecidos pela empresa”, anuncia Joice Lopes Miranda, do Fórum Foz Sul e Orla de Aracruz. 

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