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ArcelorMittal faz campanha para economizar água face à crise hídrica

Seria irônico, não fosse trágico: a  ArcelorMittal está fazendo campanha para economizar água, face a crise hídrica. Ocorre que a empresa ignora emprego de água de reuso das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que é apropriada para uso industrial. E consome um mar de água doce do Rio Santa Maria da Vitória em suas três usinas siderúrgicas de Tubarão, e outro tanto na usina em Cariacica. 

 
 
A Arcelormital Tubarão recebe água sem tratamento da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). São 800 litros por segundo, totalizando  69 milhões de litros por dia. Para a Vale, a água já é entregue tratada pela Cesan. O consumo da Vale é de 120 litros por segundo, totalizando 10 milhões de litros por dia. 
 
Um outdoor da campanha da ArcelorMittal está instalado na entrada do clube Aest, dos funcionários da Arcelor, em Manguinhos, Serra. Mostra uma área seca, com terra onde houve água. E o texto: “Parece a seca no sertão. Mas é o principal rio que abastece a nossa empresa e sua casa”.
 
Segue a ArcelorMittal, doutrinando: “A crise da água já é realidade. Se não economizar, vai acabar”.
 
Tanto a ArcelorMittal, como a Vale, outra grande sugadora das águas do rio Santa Maria da Vitória, e ainda o governo do Estado ignoram o reuso de água das ETEs.
 
Caso houvesse interesse no emprego desta água das ETEs, que saem com até 98% de pureza  –  podendo com um tratamento aperfeiçoado sair  até pronta para consumo humano  -, cerca de 30% da água captada pela Cesan  no rio Santa Maria destinada a uso das industrias poderiam ser vendidas à população. 
 
As ETEs na Grande Vitória produzem 50 milhões de caixas de água de mil litros por ano. Em 2014, o total de água das ETEs jogada fora foi de 51.428.397 milhões de metros cúbicos, que correspondem a 51 milhões de caixas d'água de 1.000 litros.  
 
Se esta água de reuso fosse vendida à indústria, e a água que é fornecida às empresas destinada a consumo humano, daria para atender diariamente, ao longo do ano, 1.190 milhão de pessoas com o fornecimento de diário de 120 litros, quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

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