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Ausência de vagas para geógrafos em concurso do Iema gera descontentamento

Ofícios encaminhados ao presidente do Iema, Alaimar Fiuza, ressaltam a atuação dos profissionais na autarquia

Um grupo de geógrafos do Espírito Santo encaminhou ao presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Alaimar Fiuza, um ofício manifestando “descontentamento” com o fato de a categoria não ser contemplada no concurso público anunciado este ano. “Após 14 anos de expectativa para realização e participação em um novo concurso desta instituição, observamos que a formação em Geografia não foi incluída entre as demais áreas aptas à participação”, apontam.

Os trabalhadores afirmam que isso “não é um fato isolado”, pois de 2007, quando foi realizado o último certame, até hoje, foram 11 processos seletivos simplificados, sendo que apenas dois deles incluíram o profissional de Geografia.

“Esta é uma conduta que tem sido adotada não somente no Iema, mas também em outros órgãos que atuam na área ambiental, como Agerh [Agência Estadual de Recursos Hídricos], Idaf [Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal] e Incaper [Instituto Capixaba de Assistência Técnica, Pesquisa e Extensão Rural [Incaper]”, diz o ofício. 

A previsão é que sejam ofertadas 60 vagas no concurso, com oportunidades para ensinos médio, técnico e superior.

Servidores do Iema, da Agerh e da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) também se posicionaram sobre o assunto em requerimento administrativo encaminhado ao presidente da autarquia.

Eles afirmam que as atribuições do Iema, desde sua fundação, em 2002, “são exercidas diretamente e com qualidade por Geógrafos, devido a própria formação interdisciplinar e profissional desse campo do conhecimento, disciplinada pela Lei Federal Nº 6664/79 e regulamentada pelo Decreto Nº 85.138/1980”, sendo esses profissionais detentores de “formação básica e interdisciplinar que envolve conhecimentos profundos de Geologia, Pedologia, Geomorfologia, Hidrologia, Climatologia, Geografia Humana, Agrária, Urbana e principalmente cartografia”.
Destacam ainda que, dentro da Geografia, a cartografia é um instrumento metodológico do campo teórico pertinente aos estudos físico territoriais e ambientais. “E, neste sentido, é importantíssimo que o Iema tenha mais profissionais com essa habilidade, uma vez que os que exercem essa profissão no âmbito do instituto têm ficado cada vez mais sobrecarregados com demandas que envolvem ordenamento territorial, mapeamento de ecossistemas (manguezais e restingas em andamento na CGEO [Coordenação de Geoprocessamento]), análise de Áreas de Preservação Permanente e regularização fundiária em Unidades de Conservação, zoneamento ambiental, ecológico, estudos e levantamentos oceanográficos realizados para o Ministério Público Federal e Estadual, para criação de Unidades de Conservação, entre muitos outros”, defendem.
Ainda de acordo com os servidores, há atividades e levantamentos no Iema em processo de execução muito lento devido à ausência de geógrafos. “Atualmente, a equipe da CGEO é composta de cinco servidores (3 geógrafos + 1 engenheiro + 1 analista de Tecnologia da Informação), sendo que, no próximo ano, um desses servidores irá se aposentar, deixando a equipe mais reduzida, correndo o risco dessas atividades serem sobrestadas”, afirmam.
Os servidores também apontam a importância dos geógrafos em atividades como licenciamento ambiental, fiscalização para aplicação da legislação ambiental e gestão de Unidades de Conservação.

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