Os exames feitos no corpo da baleia encalhada esta semana na Praia Formosa, em Santa Cruz/Aracruz, comprovaram que a causa da morte foi o estrangulamento por um cabo utilizado em redes de pesca que devia estar preso ao animal há meses. Era um macho com 35 toneladas e 11 metros de comprimento.
A retirada foi difícil pois o local é de difícil acesso, com corais no fundo. Foi usada uma escuna, numa operação bastante demorada. Enterrado pela prefeitura, o corpo poderia ser desenterrado futuramente, segundo Milton Marcondes, coordenador do Projeto Baleia Jubarte, para retirada e limpeza dos ossos e montagem do esqueleto para exposição pública. Trata-se de um recurso de educação ambiental importante, que contribui também para a sensibilização da população em favor da conservação desses animais.
A intenção do uso educativo dos restos mortais do cetáceo foi manifestada inicialmente pela Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi. Localizada em frente à praia onde a jubarte morreu, a Estação recebe estudantes e outros grupos organizados para visitas de educação ambiental. O gestor, Gabriel Ruschi, disse que não conseguiu estabelecer esse acordo com a prefeitura. O prazo para realizar a retirada da ossada é entre um e quatro anos, dependendo das condições do terreno.
O Espírito Santo conta com dois esqueletos de baleia jubarte em exposição: o mais conhecido está no Centro Ecológico de Regência, administrado pelo Projeto Tamar, e o outro em um restaurante particular em Praia Grande. Este, segundo Lupercio Araújo, diretor do Instituto Orca, foi o primeiro a ser montado aqui, em meados da década de 1990, sendo também um dos primeiros do país. O Instituto tem vários corpos de baleia e outros animais marinhos georreferenciadas e planeja preparar para exposição o esqueleto de uma baleia orca e de uma baleia de bico.