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Brasil perde de novo na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança: aprovados milhos transgênicos

A Via Campesina ocupou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em Brasília, e obrigou a comissão a adiar para abril a votação sobre a liberação do eucalipto transgênico comercial no Brasil. 
 
Mas o país perdeu, pois antes da suspensão da reunião, duas novas variedades de milhos transgênicos, das transnacionais da Dow e da Monsanto, foram aprovados.  Estes milhos vão incorporar mais agrotóxicos à mesa dos brasileiros.
 
A ação na CNTBio foi realizada nesta quinta-feira (5) por camponeses e camponesas da Via Campesina. Participaram  cerca de 300 pessoas. A votação sobre o eucalipto transgênico será realizada em nove de abril. Este eucalipto produz 20% mais que o atual, tornando mais rápida a destruição da terra e da água. 
 
O eucalipto transgênico fica pronto para ser utilizado na produção da celulose em cinco anos e não mais em sete, como agora. Também consumirá mais venenos no seu processo de produção, aumentando a contaminação das águas, das terras, e as doenças nos trabalhadores do campo e dos moradores das proximidades das plantações.
 
Já em relação aos novos milhos transgênicos, o processo é ainda mais violento. Ao ser ingerido os venenos  além de atingir o ambiente e os trabalhadores, afetam diretamente a saúde dos consumidores. Os transgênicos são o “DAS-40278-9”, da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia, e “NK 603 X T25”, da Monsanto. 
 
O milho transgênico da Dow é tolerante ao herbicida 2,4-D, e o milho  da Monsanto é tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônia.  Estas são duas das maiores empresas destruidoras ambientais do planeta com os transgênicos,  se nivelando à Bayer e entre outras.
 
A coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) lembra que a aprovação  de novas variedades de milho e soja ao agrotóxico  2,4-D mostra a ineficácia da transgenia. A adubação química, sementes chamadas de “melhoradas”, controle químico de doenças e ervas não resolveram os problemas da produção do milho, e as empresas então lançaram mão dos transgênicos. 
 
Os transgênicos aumentam o desequilíbrio  biológico, pois a substituição do glifosato, um grande agente de destruição ambiental e da saúde, pelo 2,4-D, atesta a incompetência “cientifica” das empresas. O 2,4-D é um  produto ainda mais tóxico. 
 
O Brasil é o maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Com os novos milhos aprovados, o consumo de agrotóxicos aumentará ainda mais. O  2,4-D será utilizado nas plantações de milho e soja.
 
A agenda para aprovação de novos transgênicos na CNTBio assusta. 

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