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Camaroneiros fazem protestos em Regência e Vitória contra Samarco/Vale-BHP

“Nós estamos brigando com uma empresa poderosa e somos apenas pescadores analfabetos e a Fundação Renova está tirando proveito disso”. O desabafo, do vice-presidente do Sindicato dos Pescadores e Marisqueiros do Espírito Santo (Sindpemes), Braz Clarindo Filho, dá o tom do manifesto que os pescadores de camarão irão realizar na próxima terça-feira (13), em Regência, na foz do rio destruído pela Samarco/Vale-BHP, com o rompimento de sua barragem de rejeitos de mineração localizada em Mariana/MG, há três anos.

O reconhecimento dos camaroneiros aconteceu em abril deste ano, mas os pagamentos das indenizações, prometidos para outubro, ainda não aconteceram.

Pescador há 35 anos, Braz afirma nunca ter passado por situação financeira tão difícil. “A Fundação Renova não tem compromisso nem palavras no falar; são sem caráter e não estão preocupados com os atingidos”, lamenta.

A situação, alega, está insustentável. “Não temos como continuar trabalhando nessas condições. A nossa área está proibida por tempo indeterminado pela Justiça Federal. Por tempo indeterminado!”, suplica. 

O Sindicato, juntamente com a Defensoria Pública e órgãos ambientais, preparou uma lista dos pescadores que realmente trabalham com o camarão sete-barbas, chegando a 326 pessoas, após enxugar uma lista inicial de 600 nomes. “Não colocamos ninguém que não foi realmente impactado direta ou indiretamente”, afirma.

Para Braz, os pescadores estão sendo penalizados por um crime que não cometeram. “Para sobreviver da pesca hoje está cada vez mais difícil, não temos como esperar mais. O governo federal e estadual tem que fazer alguma coisa para ajudar os atingidos”, pontua.

Marcha

No dia seguinte, na quarta-feira (14), os camaroneiros farão outro protesto, em Vitória, com outros segmentos de atingidos pelo crime, encerrando a Marcha “Lama no Rio Doce: 3 Anos de Injustiça”, que teve início no dia quatro, em Mariana/MG, com organização do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Durante o percurso, em cada localidade há mobilizações específicas, com atividades relacionadas às realidades locais, incluindo Feiras de Saúde, atos culturais, caminhadas, celebrações religiosas e assembleias.

Neste sábado (10), a Marcha passará por Colatina, onde o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Diocese de Colatina, a Cáritas Diocesana do município e organizações parcerias realizam o 4º Manifesto “Unidos pelo Rio Doce”. A concentração pela manhã será na Feira de Saúde e, no final da tarde, haverá missa e procissão luminosa.

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