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Camponeses avaliam como positiva mobilização em Colatina

Lideranças dos movimentos sociais da Jornada Campo Cidade: Por Nenhum Direito a Menos se reuniram nesta quarta-feira (20) para avaliar a ocupação e protestos realizados em Colatina (noroeste do Estado) na última semana. Consideram que os avanços foram além do esperado e, agora, irão manter a vigília sobre as promessas recebidas. 
 
Os atos resultaram no comprometimento da bancada capixaba no Congresso Nacional em incluir o Espírito Santo na MP 733, que trata da negociação das dívidas da agricultura familiar entre 2013 e 2016, e dos deputados estaduais Nunes e Padre Honório, ambos do PT, além do secretário estadual de Direitos Humanos, Julio Pompeu, em agendar uma audiência com o governador Paulo Hartung (PMDB). Com o governador, a pauta incluirá a liberação de um crédito emergencial e ações efetivas de recuperação florestal. 

Hartung já se recusou por inúmeras vezes a ouvir as demandas dos camponeses, mesmo assim, as lideranças se mantêm na expectativa. Quando o fez, em abril deste ano, foi após protestos que geraram a ocupação da Secretaria da Educação (Sedu) e do Palácio Anchieta. O encontro, porém, ocorreu de forma igualmente pouca respeitosa: atraso de duas horas para o início, tentativa de reduzir o número de membros da comissão a participar da reunião, presença por apenas vinte minutos e adiamentos consecutivos de reuniões que tratariam dos desdobramentos da primeira.

 

“Se quando ele nos recebeu, a situação estava ruim, agora piorou”, afirma Joselma Maria Pereira, membro da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

 

Na prática, a pauta de reivindicações continua ignorada. A agricultura familiar, responsável por cerca de 70% do alimento que chega às mesas dos capixabas e maior empregadora no setor rural, é desvalorizada sistematicamente pela gestão estadual, sem sinais de que o quadro pode melhorar.

A crise hídrica de 2016 provocou perdas de 70% a 90% da produção agrícola, impossibilitando não só que os agricultores honrem com seus financiamentos, mas também que possam comprar alimentos para o dia a dia. Há famílias passando necessidade, sem água nas propriedades e também com escassez de alimento.

“Vamos entrar numa situação de calamidade. Precisamos do apoio do governo estadual e que ele nos ajude a sensibilizar o governo federal para termos condições financeiras de romper esse período crítico”, explica Joselma.

 
Outros pontos positivos da Jornada, como a apontam as lideranças, foi a ativa participação dos mais de mil trabalhadores integrantes do ato e a receptividade dos colatinenses. Principalmente, porque a problemática da agricultura familiar vem sendo negligenciada pelos governos estadual e federal e pela mídia corporativa, que criminaliza as mobilizações das entidades do campo.
 
Agora é preciso monitorar de perto e cobrar o cumprimento das propostas, tanto no Espírito Santo quanto em Brasília. “Vamos continuar mobilizando os trabalhadores pra novas lutas”, convoca a dirigente. 

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