Maior unidade de conservação do Espírito Santo, maior “caixa d’água”, terceira maior montanha do país, ponto culminante da Mata Atlântica brasileira, uma das unidades de conservação mais antigas do Estado, ícone e vetor de desenvolvimento sustentável para mais de dez municípios e três bacias hidrográficas.
No Caparaó, os superlativos são comuns. A grandeza da cadeia montanhosa, chamada carinhosamente de Serra Sagrada pelos amantes de suas belezas e mistérios, sejam nativos ou não, expande a visão panorâmica que se tem do alto de seus mirantes e também a consciência ambiental de quem está disposto a elevar sua visão do mundo e sua atitude no dia a dia do planeta.
Em tempos de pandemia, a proteção da natureza ganha continuamente status de condição essencial para a sobrevivência da espécie humana, e é a partir das unidades de conservação que as florestas podem efetivamente ampliar presença nos territórios, gerando mais sustentabilidade para a produção de água, solo, biodiversidade e condições climáticas seguras para a vida.
O Parque Nacional do Caparaó é o grande ícone ambiental de toda a região e grande propulsor do desenvolvimento do turismo no seu entorno. É vetor de desenvolvimento sustentável”, exulta Dalva Ringuier, diretora-executiva do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável do Território do Caparaó Capixaba (Consórcio Caparaó).
Juntamente com a prefeitura de Dores do Rio Preto e a administração do Parna, o Consórcio reuniu instituições e órgãos ambientais estaduais e federais para realizar uma programação em comemoração aos 60 anos da criação do Parque – 24 de maio de 1961 – e os 23 anos da portaria capixaba de acesso ao Parna, em Pedra Menina/Dores do Rio Preto, inaugurada em 22 de setembro de 1998.
Em virtude das dificuldades da pandemia, o aniversário é comemorado com pequeno atraso, juntamente com o da portaria capixaba, e uma semana após as comemorações feitas no lado mineiro do Parque. “Estamos retomando a Mostra do Caparaó, com participação dos municípios do entorno, mostrando as potencialidades em artesanato, agroindústria e turismo”, pontua Dalva.
A programação teve início nessa quinta-feira (9) e foi concluída neste sábado (11), com a presença do governador Renato Casagrande, incluindo homenagens a produtores rurais, produtores de água e de cafés especiais, além do ex-prefeito de Dores, Jorge Riva, e do ex-governador Vitor Buaiz, ambos à frente das gestões municipal e estadual quando da inauguração da portaria de Pedra Menina.
Dalva anuncia que, no próximo dia 16, o Consórcio fará uma oficina de nivelamento com todos os órgãos ambientais que atuam na região e a administração do parque, voltado para a zona de amortecimento da unidade de conservação, onde vivem dezenas de comunidades rurais, de mais de dez municípios capixabas. “Vamos alinhar qual o papel de cada órgão no contexto desse avanço do desenvolvimento. O Consórcio faz o licenciamento ambiental de nove municípios”, conta.
O desafio, assim como tudo no Caparaó, é grandioso. “Temos que guardar esse patrimônio natural da melhor forma possível. Depende dele o futuro não só da região do Caparaó, mas de todas as bacias hidrográficas que ele atende, até o litoral”, ressalta a diretora-executiva.
O Parque
Localizado na Serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque Nacional do Caparaó é um dos ícones do montanhismo no Brasil e abriga o terceiro ponto mais alto do País, o Pico da Bandeira, que tem 2.892 metros de altitude. Além dele, estão na Unidade de Conservação (UC) cinco dos dez picos mais altos de todo o território nacional.
A Unidade abrange um território de aproximadamente 31,8 mil hectares. Cerca de 80% do parque está no Espírito Santo.
A Serra do Caparaó é uma das mais representativas áreas de preservação da mata atlântica em território Capixaba. O Parque guarda amostras singulares de campos de altitude (tipo de vegetação peculiar, cujas características são fortemente influenciadas pelas condições de solo, clima e altitude do maciço do Caparaó), relevante patrimônio geológico, além de proteger nascentes de três importantes bacias hidrográficas (Rios Itabapoana, Itapemirim e Doce) e diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora.
Dispõe de um amplo sistema de trilhas, sinalizadas, autoguiadas de curto, médio e longo percurso e com diferentes níveis de dificuldade, facultando assim a utilização por diferentes tipos de usuário para caminhadas por meio a florestas e campos de altitude. As principais trilhas levam ao Pico da Bandeira, que pelo lado capixaba pode ser conquistado pela Trilha Casa Queimada – Pico do Calçado – Pico da Bandeira.
As áreas de camping do Estado são a “Macieira” e “Casa Queimada”. Os acampamentos do parque são estruturados com postos de funcionários, banheiros públicos, lava-pratos, mesas, bancos e churrasqueiras, estas últimas disponíveis apenas no acampamento da “Macieira”.