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Cerca no entorno da restinga ajuda a combater erosão

O projeto piloto Amigos da Restinga está mudando a cara das praias de Vila Velha. Com o objetivo de preservar a restinga e prevenir a erosão, a medida vem fomentando o trabalho que antes era desenvolvidos pela própria população, só que agora, com o apoio de entidades da sociedade civil e do poder público.  

 
A iniciativa oficial partiu da Secretaria de Meio Ambiente (Semma), que está desenvolvendo um projeto junto às associações de moradores dos bairros de Praia da Costa, Itapuã e Itaparica; associação Preserve o Barra Sol de Bodyboard, a Ong Movive, entre outras entidades, a fim de recuperar a restinga das praias de Vila Velha. 

 

O cercamento das espécies é feito de acordo com especificações do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público Estadual (MPES), que e já é desenvolvido na Praia de Itaparica. 

 

O próximo passo, segundo a Prefeitura de Vila Velha, é expandir para Praia da Costa e Itapuã. Nas praias da Barra do Jucu a iniciativa também é desenvolvida por entidades sociais há anos.

 

Na prática, apesar de parecer uma simples vegetação, a restinga serve de contenção dos grãos de areia para manter o nível da água no solo, para preservar nutrientes e também como refúgio para a vida silvestre local, como o caso das aves migratórias. 
 
A oceanógrafa Mariana Magnago também defende o projeto e explica que a restinga também faz o papel de conter o impacto das ondas na praia. “No verão, em condições de tempo bom, com menor intensidade de ondas, a vegetação de restinga costuma expandir seus domínios e reter areia. No inverno, em que as condições de ondas são mais intensas, a vegetação ajuda a amortizar os efeitos das ondas, evitando que a praia perca sedimento”, detalha.
 
Ao retirar essa vegetação, além de descaracterizar a região, a praia fica propícia a sedimentação da orla, podendo levar a erosão. O projeto, segundo a Prefeitura Municipal de Vila Velha, também tem o objetivo de propor um acesso à praia sem que as plantas sejam fragmentadas. Para isso, os locais mais devastados serão interligados àqueles mais preservados, formando corredores de biodiversidade. 
 
Já as plantas exóticas e invasoras serão erradicadas, dando lugar a espécies de exemplares nativos. 

 

De acordo com as diretrizes para elaboração de projetos de urbanização na orla marítima, do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), o projeto de reurbanização da orla garante que espécies exóticas como castanheiras, coqueiros e outras, que não fazem parte da natureza da praia, deverão ser remanejadas para outros locais. As espécies que devem permanecer são as relevantes para a orla e que garantem um ecossistema compatível com os atributos naturais da orla.

 

A analista ambiental Núbia Thomazini explica que a fase inicial do projeto é conscientizar os cidadãos. “Faremos um trabalho de educação ambiental para informar e envolver os moradores, turistas e usuários da praia”, conta.

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