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Ciclistas capixabas se mobilizam em campanha contra o desmatamento

Bicicletada pela proteção da Amazônia e do manguezal neste domingo segue até o Vale do Mulembá, em Vitória

Neste domingo (17), Dia Mundial de Proteção das Florestas, a campanha “Amazônia passa aqui” realiza atividades de conscientização nas sete capitais das regiões Sul e Sudeste do Brasil, incluindo Vitória. Na capital capixaba, ciclistas percorrem o que chamaram de Circuito Manguezal Guananira, partindo da praça do bairro Jabour às 8h, com chegada no Parque Natural Municipal Vale do Mulembá, em Joana Darc.

O objetivo é provocar as pessoas sobre a necessidade de ampliar a visão e conexão com a natureza e cultura, além de exigir dos governantes do país políticas públicas urgentes de proteção da Amazônia. “Queremos colocar as pessoas que vivem nos centros urbanos para caminhar e pedalar por essas rotas temáticas criadas especialmente para a campanha e que, assim, compreendam que a influência da floresta não tem fronteiras. Sua importância e serviços ecossistêmicos atingem todos nós e os impactos do desmatamento também reverberam nos lugares geograficamente mais distantes. A proteção da floresta também depende de quem está aqui”, diz a cicloativista Aline Cavalcante, coordenadora geral da campanha.

Hudson Lupi, integrante do coletivo Pedalamente e um dos organizadores da iniciativa no Estado, explica que a ação também ajuda o Espírito Santo a lembrar que mais de 90% de seu território, antes ocupado pela Mata Atlântica, foi desmatado, boa parte dele de forma tardia em comparação com outros estados, mas em ritmo muito acelerado, com uma grande destruição em cerca de três décadas quando eram implantados megaprojetos industriais e monocultivos como o de eucalipto.

A escolha da rota, como afirma, se deve à tentativa de visibilizar a importância do manguezal, berço de reprodução de muitas espécies, mas ainda alvo de muita poluição, com descarte irregular de resíduos domésticos e industriais, mesmo em áreas protegidas. Vitória tem o maior manguezal urbano do país. Além disso, o circuito passa por bairros populares e quer também contribuir para desestigmatizar essas regiões, que são tratadas constantemente pela mídia como áreas de violência, o que afasta os visitantes destes locais.

A atividade terá início com uma breve oficina de preparação sobre como andar de bicicleta em grupo no trânsito e um alongamento coletivo. No trajeto, haverá paradas para mostrar e conversar sobre as questões como lançamento de esgoto, pontos viciados de lixo, mas também para mostrar praças, arte urbana, pontos de convivência e espaços como o galpão das Paneleiras de Goiabeiras.

O Parque Mulembá, reinaugurado em 2021 e que marca o ponto final no Circuito Manguezal Guananira, é um exemplo de reflorestamento, já que o local, que anteriormente havia sido destruído e transformado em pasto, hoje exibe um exuberante pedaço de Mata Atlântica. É lá que acontecerá uma roda de conversa final junto a um lanche coletivo e a distribuição de kits com adesivos e remendos para bicicletas.

Na ocasião, o grupo também vai coletar assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular Amazônia de Pé e também recolher alimentos não perecíveis para serem doados para aldeia guarani de Piraquê-Açu, em Aracruz, que em troca devem realizar o plantio de mudas nos territórios que estão recuperando.

A agenda nacional do movimento para este ano inclui ações relacionadas com o Dia Internacional dos Povos Indígenas (9 de agosto), Dia da Amazônia (5 de setembro, com ações no dia 4, domingo) e Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro). No Espírito Santo, os organizadores afirmam que já preparam outras rotas temáticas para ações futuras.

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