A Vale aumentou sua produção de pelotas de minério de ferro no país em 18,8%, comparando os primeiros semestres de 2015 e 2014, como divulgou em balanço na manhã desta quinta-feira (30). Para obter estes números, a empresa conta com a produção da 8ª usina de pelotização da Vale, inaugurada no final de 2014, em Tubarão. A conta está sendo paga pela população do Espírito Santo, pois a produção da empresa gera doenças.
Já o lucro da Vale cresceu 61,4% no segundo trimestre e soma R$ 5,1 bilhões.
A oitava usina da Vale pode produzir 7 milhões de pelotas por ano. No total, a empresa assume que sua capacidade instalada em Tubarão passou atualmente para 36,2 milhões de toneladas de pelotas por ano.
No País, a produção de pelotas da Vale passou para 23,6 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2015, contra 19,8 milhões de toneladas em igual período de 2014. Um aumento de 18,8%.
Também houve aumento na produção de minério de ferro pela Vale. No primeiro semestre de 2015, alcançou o recorde de 159,8 milhões de toneladas, 9,3 milhões de toneladas a mais em relação ao primeiro semestre de 2014.
A empresa aponta para os resultados trimestrais a forte redução do custo de produção do minério de ferro, o que leva a aumento expressivo na geração de caixa da Vale no período. Entre os fatores de lucro, o impacto pela desvalorização cambial.
Conta ambiental
A licença para aumento de produção na Vale em Tubarão foi dada nos dois primeiros mandatos do governador Paulo Hartung (PMDB). Durante manifestações contra os poluentes do ar – o pó preto – em Camburi este ano, grande parte dos que se pronunciaram lembraram que aumento da poluição a níveis estratosféricos foi decidido, na prática, quando Paulo Hartung governou o Estado entre 2003 e 2010, e autorizou a construção da 8ª usina da Vale no Planalto de Carapina.
Sem a 8ª usina, os capixabas já eram bombardeados por poluentes do ar. Em estudo realizado em 2009 – 2011, a Vale aparece à frente da ArcelorMittal Tubarão e Cariacica: lançava no ar, todo mês, 22,2 mil toneladas de poluentes. Já ArcelorMittal Tubarão e Cariacica contribuía com 16 mil toneladas, todo mês.
As duas principais poluidores da Grande Vitória – Vale e ArcelorMittal Tubarão e Cariacica – emitem 59 tipos de poluentes, sendo 28 altamente nocivos à saúde. Entre eles, os derivados do enxofre (principalmente da CST, que não trata suas emissões). Entre os poluentes, causadores de câncer.