O comunicado é do próprio autor, que se identifica modestamente apenas como pintor: “dia 17 de março, terça-feira, às 12 horas, como fazemos há 19 anos nessa data, mais uma etapa do projeto A Vale, a Vaca e a Pena, será iniciada e se estenderá até o dia 6 de maio de 2015”. Pronto, está feita a chamada de Kleber Galvêas para o trabalho.
Ele explica que em varanda coberta, voltada para o sudoeste, localizada na parte posterior do ateliê da Barra do Jucu, em Vila Velha, protegida do vento nordeste por parede e por densa folhagem de diversas árvores, será colocado, em posição horizontal sobre uma mesa, uma tela branca e virgem. Ela permanecerá ali, isolada, até o dia 6 de maio. Portanto, durante 50 dias.
Usando a poeira que se depositar sobre a tela, como se fosse tinta; e o dedo, pincel, no dia seis de maio mais um desenho para o projeto A Vale, a Vaca e a Pena será realizado. A coleção de telas que desenha anualmente com a poluição foram doadas para o acervo da Casa da Memória, na Prainha, Vila Velha. Todas elas permanecerão expostas no ateliê até dia seis de maio.
Durante o período (17/03 a 06/05) haverá palestras e mostra de vídeos apresentando um histórico do projeto, diz Kleber Galvêas. “E quantas vezes for necessário, a experiência com o imã de geladeira, para investigarmos a presença e percentual de ferro no “pó preto”.
Ele ainda assinala que “ao longo de 19 anos, com absoluta independência, o projeto foi além de desenhos e pinturas. Já se desdobrou em livros; folhetos; textos publicados na imprensa; entrevistas dadas a rádios e televisões locais e nacionais; ladainha de congo; poesia; happening; performance; teatro; música; instalações; exposições itinerantes; palestras no ateliê, nas escolas, nas igrejas e nas associações; debates; audiências públicas em Câmaras e na Assembleia Legislativa; vídeos postados no Youtube e demonstrações de experiências científicas”.
E finaliza: “Esse conjunto de atividades compõe uma provocação artística ampla, que ainda não obteve sucesso em conscientizar aqueles que são responsáveis pela poluição do ar”.