segunda-feira, novembro 25, 2024
19.9 C
Vitória
segunda-feira, novembro 25, 2024
segunda-feira, novembro 25, 2024

Leia Também:

Comissão especial vai contratar empresa para testar qualidade da água na Serra

Denúncias apontam irregularidades no tratamento do esgoto, sob responsabilidade da Serra Ambiental e Cesan

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara da Serra que investiga a prestação de serviços de saneamento básico no município irá acionar uma empresa especializada para testar a qualidade da água e do tratamento de esgoto na cidade. O objetivo é averiguar denúncias de problemas no serviço prestado pela empresa Serra Ambiental e pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan).

Com a contratação, a comissão quer comparar os resultados das novas amostras com os laudos obtidos pela atual concessionária responsável. A previsão é de que a empresa escolhida já participe das próximas visitas técnicas realizadas pelo colegiado.

“A qualidade da água sempre foi analisada pela própria Cesan e sua terceirizada Serra Ambiental, mas devido à gravidade das denúncias recebidas pela CEI, ficou deliberada a contratação de uma empresa especializada”, informou o vereador Anderson Muniz (Podemos), presidente da comissão especial.

A CEI do Saneamento Básico foi instaurada em junho deste ano, após denúncias de moradores, que reclamam de esgoto a céu aberto direcionado a rios, lagoas e praias da Serra. Também apontam demora para implantação e ampliação das Estações de Tratamento, além da falta de qualidade no reparo das vias públicas após a intervenção das empresas.

Além do vereador Anderson Muniz, a comissão é composta por Marlon Fred (PSDB), como relator, Elcimara Loureiro (PP), secretária, além dos suplentes Willian Silvaroli (PDT) e Adriano Galinhão (PSB).

Em julho, os vereadores e a fiscalização ambiental da Prefeitura da Serra fizeram uma visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto Manguinhos, localizada em Cidade Continental e identificaram a presença de material espumoso desaguando diretamente em um córrego.
“Esta espuma pode indicar a presença de surfactante, substância química encontrada nos produtos de limpeza em geral, principalmente em detergentes. A substância foi levada para análise e, caso confirmada, sugere que o tratamento de esgoto sanitário nesta estação não está sendo eficiente e pode poluir o córrego. No local também foi detectado forte odor, característico de esgoto doméstico”, informou o presidente do colegiado.

O esgotamento sanitário do município é feito por meio de uma parceria público privada (PPP) entre a Cesan e a concessionária Serra Ambiental.

Assembleia e MPES

A qualidade do serviço prestado pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) e pela empresa Serra Ambiental já estava na mira de instituições estaduais. Em abril deste ano, a Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa iniciou a apuração de denúncias sobre o possível fornecimento de água contaminada no município.

Uma denúncia da ONG Juntos SOS ES Ambiental motivou o início da apuração. A organização apresentou documentos oficiais que apontavam a presença de trihalometanos e ácidos halocéticos (subprodutos da cloração) na água fornecida. As substâncias podem causar câncer, além de problemas reprodutivos em pessoas que fazem uso continuado dos halocéticos.

Na ocasião, também foram denunciados entupimentos e transbordamentos de esgoto na cidade.

Os parlamentares decidiram encaminhar os apontamentos para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

Além da Serra, a denúncia apresentada na Assembleia também apontava a presença de compostos químicos nocivos à saúde na água consumida em Vitória, Cariacica e Fundão.

Mais Lidas