Mais de 250 trabalhadores rurais participam do Grito da Terra, que cobrou também reforma agrária
Uma delegação de mais de 250 agricultores familiares do Espírito Santo participou, em Brasília, do 24º Grito da Terra Brasil, com o tema “Agricultura Familiar é Alimento Saudável e Conservação Ambiental”. A manifestação cobrou políticas públicas com foco na reforma agrária, valorização da alimentação saudável e respeito e ao meio ambiente, em uma ampla pauta entregue ao Governo Lula. O Grito, realizado dessa segunda (20) a terça-feira (21), reuniu cerca de 10 mil agricultores.
O grupo formado por capixabas foi organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Espírito Santo (Fetaes), e participaram da mobilização outras 26 federações e 4 mil sindicatos.
Entretanto, defende, “tem propostas que ainda carecem de muita reflexão, muito debate no eixo central do governo federal, que são as políticas relacionadas
ao crédito rural, orçamento, política de juros e Proagro [Programa de Garantia da Atividade Agropecuária]”. Júlio adianta que as negociações continuam, para que “o Plano Safra da Agricultura Familiar traga mais resultados e melhores condições para produzir alimentos saudáveis e conservar o meio ambiente”.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) – entidade que organizou o Grito junto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) -, Adílson Araújo, chamou atenção para as diferenças de tratamento do Governo Federal com o agronegócio e a agricultura familiar, outro assunto levantado no protesto.
Ele lembrou que a agricultura familiar responde por 3,9 milhões de estabelecimentos rurais no Brasil e ocupa 23% das áreas cultivadas do país, além de responde também por 23% do valor bruto da produção agropecuária e por 67% das ocupações no campo. “No entanto, enquanto o governo destina R$ 364 bilhões para o agronegócio, destina apenas R$ 77,7 bilhões para a agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Há que se rever isso, porque grande parte do agro produz apenas para exportação, enquanto os pequenos produtores alimentam a família brasileira”, argumentou Araújo.
Além disso, 49 editais para assentar 6,2 mil famílias agricultoras pelo país; protocolo de intenções do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com a Contag para facilitar o acesso ao Cadastro de Imóveis Rurais; e estabelecimento do Grupo de Trabalho da Agricultura Familiar para a COP30, que acontecerá em Belém (PA) em 2025.

Fetaes reivindica inclusão de mais culturas agrícolas no Pronaf da Caixa
