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CPI do Pó Preto adia mais uma vez apresentação do relatório final

Pela segunda vez consecutiva, a CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa adiou a apresentação de seu relatório final, que estava marcada para a próxima segunda-feira (14). Desta vez, o pedido foi do relator, deputado estadual Dary Pagung (PRP), e pegou até os demais membros da comissão de surpresa. Não há previsão de novo prazo.

Dary alega, no site institucional da Casa, que ainda há pontos no relatório em análise pelos deputados da CPI, como se o novo adiamento fosse consensual. Mas os membros da CPI não sabiam da intenção do relator. Eles foram comunicados da decisão apenas no final da tarde desta sexta-feira (11), inclusive o presidente do colegiado, Rafael Favatto (PEN).

A CPI é formada ainda pelos deputados Erick Musso (PP), vice-presidente, e por Euclério Sampaio (PDT) e Gilsinho Lopes (PR), considerado o único independente do grupo.

 

A iniciativa de Dary levanta suspeição sobre os rumos da conclusão dos trabalhos da CPI, já que as conversas acenavam para um consenso. Mais suspeição, ainda, pelo anúncio feito por ele nesta sexta, de que pretende apresentar o relatório somente no início de outubro. É esta a proposta que o relator levará à reunião da CPI na noite da próxima segunda-feira, quando será questionado sobre os motivos do pedido.

O prazo para apresentarão do relatório era 2 de setembro. Na ocasião do primeiro adiamento, circulava nos bastidores que os membros da CPI não chegavam a um acordo sobre indiciar criminalmente a Vale pelos danos contra a vida humana e ao ambiente, ou responsabilizar o Ministério Público Estadual (MPES) pela omissão que redundou no licenciamento ambiental para a construção da 8ª usina da Vale, que tornou insuportáveis os níveis de poluição do ar na Grande Vitória.

Embora a versão oficial seja outra, há pressão tanto das empresas –Vale,  ArcelorMittal e Samarco, financiadoras de campanha da classe política do Estado – como do MPES e do Palácio Anchieta, para que a CPI não produza os mesmos efeitos do contundente relatório da comissão de mesmo nome da Câmara de Vitória.

Neste caso, restaria confirmado o título de “chapa branca” que a CPI recebeu desde sua criação. A principal intenção seria blindar os governos anteriores de Paulo Hartung (PMDB), quem mais concedeu benefício às poluidoras do Estado. Dary Pagung, o responsável pelo novo adiamento, é aliado do governador.

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