Principais vitimas da poluição do ar produzida pela ArcelorMittal Cariacica, os moradores desse município e da vizinha Vila Velha serão ouvidos em audiência pública pela CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa. A realização da audiência foi anunciada da tribuna da Casa pelo deputado Gilsinho Lopes (PR), um de seus membros efetivos.
O local, a data e hora da audiência estavam sendo definidos ao longo desta semana. Deverá ser anunciado na reunião da CPI desta segunda-feira (17), às 9 horas. Será a primeira reunião pública da CPI neste segundo semestre.
O relatório da CPI do Pó Preto da Assembleia estava previsto para ser divulgado no inicio de agosto. O prazo final vence nos primeiros dias de setembro, e já é fruto de prorrogação do prazo inicial da comissão.
Mas houve um atropelo: a CPI do Pó Preto da Câmara de Vitória divulgou seu relatório, apontando que a poluição do ar mata os moradores. Também cobrou providencias enérgicas das autoridades com responsabilidades no setor. E, apontou a total inércia e parceria de órgãos fiscalizadores, como o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) com as poluidoras.
Foi além ao afirmar que existe parceria do Ministério Público Estadual (MPES) com a poluidora Vale, com quem assinou um Termo de Compromisso Ambiental (TAC), quando o enquadramento da empresa teria que ser em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), onde obrigações teriam que ser fixadas à empresa para controle das emissões.
Neste novo contexto, a CPI do Pó Preto da Ales terá que examinar se sua estratégia em relação ao relatório está correta. Se as cobranças forem suaves, a CPI confirma sua condição de chapa branca, como foi denunciado por ocasião da sua criação.
Foi apontado que a comissão viria para brindar o governador Paulo Hartung, responsável pelo caos da poluição do ar, com o licenciamento que deu para construção da 8ª usina da Vale no Planalto de Carapina.
Cariacica
No estudo realizado em 2009 – 2011, a Vale aparece à frente da ArcelorMittal Tubarão e Cariacica como poluidora do ar na Grande Vitória. A Vale lançava no ar, todo mês, 22.230,3 toneladas de poluentes. Já ArcelorMittal Tubarão e Cariacica contribuía com 16.005,83 toneladas de poluentes, todo mês.
No Planalto de Carapina, a Vale tem oito usinas de pelotização, e a ArcelorMittal Tubarão, tem três usinas siderúrgicas. Esta empresa também polui a Grande Vitória com a ArcelorMittal Cariacica.
A enorme poluição do ar, o pó preto, como é chamado popularmente, levou o médico Luiz Werber Bandeira a afirmar que nenhum dos moradores da Grande Vitoria ficará livre de doenças produzidas pela poluição do ar. O médico é chefe da área de Imunologia Clínica e Experimental da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
A Vale e a ArcelorMittal lucram. Os capixabas pagam a conta. Os custos com o tratamento de doenças causadas pela poluição do ar recaem sobre o cidadão e o Estado. Não são poucos os danos à saúde dos moradores da Grande Vitória, pois a lista de doenças é grande: alérgicas, respiratórias, cardiovasculares. Muitas das doenças matam. Os capixabas gastam R$ 565 milhões por ano para tratar doenças produzidas pela poluição do ar na Gr
