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De 2009 a 2012, poeira sedimentável que chega à Ilha do Boi aumentou 46%

A poeira que chega ao bairro Ilha do Boi, em Vitória, aumentou 46% de 2009 a 2012, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). A informação foi divulgada ao movimento Pó Preto, após inúmeras cobranças sobre os dados das imissões registradas pelo órgão no Hotel Senac. 

As imissões, explica o órgão, é o material poluidor que se deposita nos locais poluídos, como é o caso do pó preto, que invade diariamente a casa dos moradores das ilhas do Boi e do Frade, entre outros bairros da Grande Vitória. 

Segundo o movimento Pó Preto, o aumento de partículas sedimentadas que chegam à Ilha do Boi contraria a defesa feita pela Comissão Permanente de Acompanhamento do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado pela Vale. Ao contrário do afirmado, diz o movimento, a poeira sedimentada emitida na Ponta de Tubarão e que chega às casas dos capixabas não diminuiu após as medidas exigidas pelo TCA e adotadas pela Vale.  

A Vale instalou cinco telas Wind Fence e enclausurou suas áreas de transferência de minério entre uma correia e outra. Também foi exigido pelo TAC a troca de seus carregadores de navio por um novo modelo que inclua uma tromba capaz de impedir a dispersão do minério no ar e no mar, e a instalação do sistema de aspersão de água no processo de manuseio do pó e de aspersão de polímeros nas pilhas de minério.

Porém, segundo os dados do Iema, de abril a junho de 2009 as imissões captadas pela estação na Ilha do Boi registraram a presença de 2.6 a 3.4 g/m² de poeira sedimentável, enquanto este ano, no mesmo período, foi registrado o aumento de 3.8 para 4.9g/m². Em média, calcula o Iema, o aumento foi de 46%, em três anos. 

Para o movimento Pó Preto,  a Licença de Operação (LO) da 8º usina de pelotização da Vale não pode ser concedida nessas condições. “É o mesmo que praticar terrorismo e crime ambiental contra o ecossistema da Grande Vitória. Não  há espaço no ar para mais material particulado”, afirmou a entidade.

Segundo Eraylton Moreschi, do movimento Pó Preto, nem mesmo a barreira de vento, implantada pela Vale, foi eficaz. A empresa implantou as cinco Wind Fence no dia 20 de outubro de 2011, mas em novembro do mesmo ano, um teste feito por Moreschi ressaltou o grande volume de poeira que continuava chegando às casas dos capixabas. Na ocasião, ele questionou os órgãos ambientais sobre a eficácia das medidas adotadas pela Vale. 

 
Já sobre o volume das emissões atmosféricas produzidas pelas empresas na Ponta de Tubarão, os dados não foram divulgados pelo Iema. 

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