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Denúncias de crimes ambientais na região serrana são levadas ao MPF

Deputado Sergio Majeski pede que seja apurada uma possível omissão de órgãos de fiscalização

Ana Salles/Ales

Os episódios de desmatamento em áreas de Mata Atlântica na região serrana do Espírito Santo foram levados ao Ministério Público Federal (MPF). O deputado estadual Sergio Majeski (PSB) entrou com uma representação pedindo a apuração de denúncias feitas pela ONG Juntos SOS Espírito Santo Ambiental, que apontam crimes nos municípios de Domingos Martins e Santa Teresa e omissão de órgãos fiscalizadores.

As denúncias também registram o assoreamento de córregos e riachos, bem como o parcelamento e a comercialização ilegal de lotes rurais em desacordo com as leis em vigor. “A legislação tem uma série de normas claras que precisam ser respeitadas. Não é possível que, com todo o esclarecimento existente sobre a importância da preservação do meio ambiente, ainda exista tolerância quanto aos crimes ambientais”, destaca Majeski.

Outro problema apresentado pela Juntos SOS ES Ambiental é relacionado aos órgãos que são responsáveis por fiscalizar as atividades. A entidade pontua irregularidades na emissão da Autorização de Supressão de Vegetação e na dispensa de licenciamento ambiental, competências do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Iema), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e das prefeituras de Santa Teresa e Domingos Martins.

As denúncias já tinham sido feitas pelo Comitê das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do Espírito Santo, que no início de janeiro, cobrou explicações sobre a derrubada de árvores em uma área de Mata Atlântica em Domingos Martins. Segundo os relatos, eram cerca de 100 mil metros quadrados de árvores derrubadas em uma área próxima à Estrada Velha, que liga Campinho a Marechal Floriano.

Na ocasião, o Idaf informou que a atividade era regularizada e que havia sido autorizada a supressão de 17 hectares, sendo sete de vegetação nativa em estágio inicial e o restante de pastagens e pomares abandonados. O órgão também alegou que a área é considerada urbana pela prefeitura e dispõe de licença ambiental de loteamento emitida pelo poder público municipal.

À época, o presidente da Juntos SOS, Eraylton Moreschi, destacou, no entanto, a necessidade de se verificar se os responsáveis pelo desmatamento solicitaram autorização de manejo para resgate da fauna silvestre que estava no local, já que essa é outra exigência da legislação em casos de supressão vegetal no Espírito Santo.

Agora, as denúncias encaminhadas ao deputado Majeski apontam que, especificamente no município de Santa Teresa, a dispensa de licenciamento ambiental vem sendo usada de forma indevida. O desmatamento na zona rural estaria sendo continuado para a implantação de loteamentos.

Estes mesmos apontamentos de irregularidades ambientais e a omissão dos órgãos de fiscalização também foram apresentadas, em janeiro, em um abaixo-assinado virtual elaborado por moradores da região serrana do Espírito Santo. Na época, foram cobradas providências urgentes do governador Renato Casagrande (PSB), bem como de órgãos estaduais e municipais.

“Não aceitaremos mais desmatamentos descontrolados na serra capixaba, e, principalmente, os que são autorizados pelos órgãos governamentais que nem sequer exigem o resgate de animais e vegetais que estão na lista de extinção do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis]”, dizia um trecho do documento.

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