“Durante sua longa existência, cada tartaruga marinha leva e traz toneladas de nutrientes e energia vital à sobrevivência de diversas formas de vida. Das tartarugas marinhas depende a existência de uma infinidade de peixes, crustáceos, moluscos, esponjas, medusas”, explica a bióloga Denise Rieth, gestora do Centro de Visitantes da Base do Tamar em Vitória.
Mas, sua importância como espécie-símbolo, tenha provavelmente muito mais impactos positivos sobre esses ecossistemas. Os programas, projetos e ações de conservação que as utilizam como símbolo têm conseguido não só reduzir sensivelmente o nível de ameaça a que elas ainda estão submetidas, mas também alavancar estratégias de uso mais ordenado de seus hábitats, por meio de leis, condicionantes ambientais, pesquisas aplicadas e geração sustentável de emprego e renda nas comunidades costeiras onde ocorrem desovas.
No Brasil, o Projeto Tamar – uma soma de esforços entre a Fundação Pró-Tamar e o Centro Tamar do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e nas ilhas oceânicas do Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, protegendo as cinco espécies que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
A pesquisa, a proteção e o manejo das tartarugas marinhas, além do ecoturismo e da produção e da venda de produtos com a marca Tamar, movimentam fortemente a economia dessas localidades. Em muitas delas, como em Regência, essas atividades são a principal fonte de trabalho e renda, ultrapassando os empregos na indústria, comércio e serviço público.
O 'pai das tartarugas marinhas'
16 de junho foi escolhido como o Dia Internacional das Tartarugas Marinhas em homenagem ao nascimento do cientista Dr. Archie Carr, que é considerado o “pai das tartarugas marinhas”, por ter dedicado sua vida às pesquisas sobre estes répteis.
Seu primeiro encontro com elas aconteceu em 1947 e, a partir daí, o trabalho que o Dr. Archie Carr desenvolveu, de captura, identificação e monitoramento da tartaruga-verde ajudou a tirar a espécie do perigo da extinção na América Central e passou a influenciar outros pesquisadores ao redor do mundo, principalmente no Caribe, Papua Nova Guiné, África Oriental, América do Sul e Austrália.
Programação
A base do Tamar em Vitória, na Praça do Papa, realiza neste fim de semana (16 a 18) uma programação especial para comemorar a data:
16/06/2017 (sexta-feira)
10h00 e 15h00: – Visitas guiadas
11h00 e 16h00: Alimentações assistidas
Dias 17 e 18 (sábado e domingo)
14h00 – Breve apresentação vídeo “Galera da Praia” e destaque sobre a origem e a importância da comemoração do Dia Internacional das Tartarugas Marinhas
14h00 às 16h00: Oficina de Pintura de Máscaras dos personagens do Tamar “Galera da praia”