“O povo constrói” mostra impunidade da empresa e resistência das comunidades mineiras e capixabas
O Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB) lançou no último fim de semana o documentário O povo constrói, obra de 13 minutos produzida pela Rupestre Filmes, que registra parte da luta dos atingidos pelos crimes socioambientais que envolvem as barragens que envolvem a Vale no Rio Doce (junto às sócias Samarco e BHP) e em Brumadinho (MG).
O filme alia um resgate histórico a depoimentos de atingidos do Espírito Santo e Minas Gerais, apontando indícios de impunidade e não cumprimento do exigido pelas autoridades por parte das empresas envolvidas nos crimes. Um dos eixos principais que articulam a narrativa é a construção de uma casa realizada em mutirão pelo MAB, a partir de doações e trabalho coletivo. Além de uma ato de solidariedade aos atingidos que perderam suas casas, a construção em mutirão foi feita como uma crítica à falta de operação da promessa de construção de casas para as pessoas que perderam seus lares quando ouve o rompimento das barragens de rejeitos.
“A Vale Destrói, o Povo Constrói”, que inspira o nome da campanha de construção da casa e o título do documentário, também foi o tema da campanha realizada pelo MAB em sua Jornada de Lutas dos Atingidos, realizada em 2019, lembrando que então se cumpriam quatro anos do crime em Mariana (MG) e um ano de Brumadinho. Em mais um ano que passou, o MAB avalia que houve poucos avanços e novas dificuldades diante da pandemia do novo coronavírus, que aumentou ainda mais a necessidade de conseguir soluções definitivas de moradias para aqueles que foram desabrigados pelos crimes socioambientais.
Assista o documentário completo abaixo: