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Documentário sobre Porto Central tem mais de 2 mil visualizações

Obra que aborda impactos do empreendimento está no YouTube e tem agenda de sessões presenciais

Divulgação

Lançado há pouco mais de uma semana, o documentário de curta-metragem Antes que o porto venha já acumula mais de 2 mil visualizações no YouTube. A Organização Não Governamental (ONG) Restauração e Ecodesenvolvimento da Bacia Hidrográfica do Itabapoana (Redi), responsável pela produção, também realizou sessões presenciais em comunidades que deverão ser impactadas pela construção do Porto Central, em Presidente Kennedy, no litoral sul do Estado.

As sessões ocorreram nas comunidades de Barra do Itabapoana e Lagoa Feia, em São Francisco do Itabapoana, no norte do Rio de Janeiro; e Marobá, em Presidente Kennedy. O filme destaca os relatos de pescadores e marisqueiros dessas localidades, além de apresentar depoimentos como o de Dom Luiz Fernando Lisboa, da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, responsável pela histórica Igreja de Nossa das Neves, que ficará enclausurada no meio do megaempreendimento.

“Foram aproximadamente 50 pessoas nas sessões, todas com ligação com a pesca – pescadores, marisqueiras e seus filhos. Foram incríveis as devolutivas! No YouTube, também estão sendo muito boas as críticas. Temos também sessões agendadas em várias instituições ao longo das próximas semanas, como o Cine Metrópolis, na Ufes [Universidade Federal do Espírito Santo], em Vitória”, relata Antônio Paulo França, coordenador da Redi.

Instituições interessadas em exibir Antes que o porto venha também podem solicitar o material de apoio por meio de um formulário disponibilizado na página do documentário no site da Redi (clique aqui). A intenção da ONG é promover exibições em espaços como escolas, salas de cinema e cineclubes.

O trabalho no documentário foi realizado ao longo de 2023. Para isso, a Redi contou com recursos de um edital da Oilwatch, uma organização internacional que atua em questões relacionadas aos impactos da extração e comercialização de petróleo no mundo – como é o caso do Porto Central, que também servirá para transbordo e escoamento de produção petrolífera.

Porto avança

Previsto para ocupar uma área de 2 mil hectares na foz do rio Itabapoana, na divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro, o Porto Central deverá impactar pelo menos 400 famílias ribeirinhas que vivem da pesca, além de gerar diversos impactos socioambientais e nos modos de vida de diversas comunidades da região.

Em maio do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama) forneceu a licença de instalação do Porto Central, um complexo portuário estimado em R$ 5 bilhões, mas que não tem nenhum valor previsto como compensação à comunidade pesqueira da região. A previsão é de que as obras se iniciem neste primeiro semestre de 2024.

O projeto é de 2011, mas, desde que foi protocolado, não conseguiu se viabilizar. Nesse período, houve mudanças nos arranjos econômicos, com a saída do Porto de Roterdã como um dos investidores. Atualmente, a empresa brasileira TPK, que tem o Grupo Polimix como principal acionista. Para a viabilização dos licenciamentos, também se adotou uma estratégia de avanço em cinco fases distintas.

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