Durante a tarde desta quinta-feira (14), o Instituto Orca fez a tentativa de devolver ao mar a orca que encalhou na Praia da Boca da Baleia, em Anchieta, no litoral sul do Estado. Com a ajuda de cintas e de uma retroescavadeira, a equipe do instituto fez a primeira movimentação do animal, colocando-a posteriormente em cima de uma lona para que fosse arrastada até o mar, procedimento correto para a ocasião. Entretanto, como informou Lupércio Araujo, diretor do Instituto, o mamífero nadou uma extensão de aproximadamente cinco metros para dentro do mar, mas retornou e se movimentou novamente para a faixa de areia seca onde estava anteriormente.
Lupércio detalhou que o animal está bem debilitado e apresenta ferimentos externos referentes ao contato com pedras que existem na praia, sem maiores danos aparentes. Provavelmente, de acordo com o pesquisador, o animal tem um problema de saúde interno que ocasione o receio de voltar ao mar. Entretanto, essa hipótese só pode ser confirmada com exames mais detalhados.
O local ideal para que o mamífero se recuperasse, como considerou Lupércio, seria o clube Siribeira, localizado em Guarapari, mas ainda não se sabe se o clube receberá o animal, questão que também depende de autorização por parte da instância regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Instituto Orca apenas coletou o sangue do animal para uma análise, sendo que não disponibiliza de estrutura para maiores exames, uma vez que, pela falta de auxílio para sua manutenção, corre o risco de fechar as portas no Estado. Na manhã desta sexta-feira (15), a equipe do Instituto voltará ao local para verificar a situação da orca e, se possível, tomar as providências cabíveis.
De acordo com Lupércio, não há mais curiosos no local e é importante que o animal fique sozinho, já que o estresse ao qual é exposto com a presença de pessoas pode prejudicar sua recuperação. A orca pesa cerca de três toneladas e é um animal adulto.