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Encontro do MAB fortalece luta dos capixabas atingidos pelo crime da Samarco/Vale-BHP

“Venceremos!”, anuncia a pescadora Eliane Balke, de Barra Seca, no litoral de Linhares, norte do Estado. Mesmo após um ano de luta ainda infrutífera, pois sequer a sua região foi reconhecida como atingida pelo crime da Samarco/Vale-VHP, Eliane é uma das lideranças capixabas que voltam fortalecidas da Marcha Regência a Mariana e do Encontro dos Atingidos da Bacia do Rio Doce, promovido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e entidades parceiras.

Cerca de 300 integrantes da caravana do Espírito Santo chegaram até o final do múltiplo evento, neste sábado (5), em Bento Rodrigues, o distrito de Mariana (MG), que foi completamente destruído pelos 50 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração que vazaram da Barragem de Fundão, rompida no dia cinco de novembro de 2015.

A Marcha teve início na segunda-feira (31), em Regência, e chegou em Mariana na quarta-feira (2). Na quinta, sexta e sábado, os manifestantes realizaram na cidade um Encontro dos Atingidos da Bacia do Rio Doce e encerraram a programação com uma marcha pelas ruas enlameadas de Bento Rodrigues.

Durante a Marcha, foram realizados vários atos, marchas e protestos nas comunidades onde os manifestantes passavam, sendo sempre muito bem recebidos pela população, que providenciou abrigo e alimentação.

A programação do Encontro foi preenchida por diálogos e atos de sensibilização e denúncia contra a inércia do Estado e da empresa em atender aos direitos das comunidades afetadas. O foco principal de todo o trabalho é a união de todos os atingidos, da Foz até Bento Rodrigues.

Eliane conta que, nesse sentido, foi muito marcante observar a questão da saúde. “Em todas as comunidades, as enfermidades são muito semelhantes”, relata, destacando os problemas de pele e também diarreias e alergias.

Ao longo de toda a semana, uma diversidade de sentimentos foi despertada entre os participantes. “Angústia e tristeza, mas também amor ao próximo e solidariedade”, pontua a pescadora. Mas no fim, prevalecem a certeza de que é preciso, acima de tudo, organização e luta.

União e luta são as principais bandeiras do MAB, ao longo de toda a sua existência. O Movimento tem provado que a integração é a única ferramenta realmente eficiente para proteger as comunidades das estratégias de desarticulação, marginalização e enfraquecimento orquestradas pela empresa, com a complacência dos governos. “Lutar e organizar, para os direitos conquistar”, recita, confiante, a pescadora Eliane, o conhecido grito de ordem do MAB. 

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