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Entidade denuncia má gestão da qualidade do ar aos Ministérios Públicos Estadual Federal

Denunciando sistematicamente os desmandos da (falta de) gestão da qualidade do ar na Grande Vitória há mais de quatro anos, a ONG Juntos SOS ES Ambiental registrou, nessa terça-feira (31), duas Notícias de Fato no Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPES), ambas com o mesmo teor, enumerando falhas graves cometidas pelos gestores estaduais e municipais, e requerendo providências.

Entre as falhas, estão a falta de estabelecimento das novas metas para cada um dos poluentes monitorados pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos (Semmam).

As novas metas deveriam ter sido definidas há mais de quatro anos, segundo o Decreto nº 3463-R, que trata da gestão da qualidade do ar no Espírito Santo. Mas, ao contrário, os gestores públicos ainda trabalham com a Meta Intermediária 1 (MI1), de 14g/m².30dias, no caso do Iema.

As Notícias de Fato passam pelos artigos do referido Decreto, narrando as ações que deixaram de ser feitas pelos poderes públicos. Além desta, também a falta de reuniões ordinárias da Comissão Estadual para a Qualidade do Ar (CEQAR), criada para acompanhar, orientar e propor ações para a implementação da Política e do Plano Estratégico de Qualidade do Ar (PEQAr) no Estado.

As duas peças citam também outros requerimentos já protocolados pela Juntos nos mesmos MPF e MPES ou diretamente nos órgãos gestores municipal e estadual, a exemplo dos pedidos de explicação e providências com relação à extrapolação dos padrões máximos de partículas sedimentáveis pela Estação da Enseada do Suá, em Vitória, no último mês de agosto, que chegou a 16,5g/m².30 dias.

Ou o aumento expressivo da poluição por pó preto no mês de outubro passado, inclusive nas areias das praias de Camburi, Curva da Jurema e Ilha do Boi, “onde foram solicitadas coletas de amostras com objetivo de se fazer analises qualitativas e quantitativas com objetivo de se analisar da presença de materiais particulados de emissões das poluidoras de Tubarão, Vale e ArcelorMittal e suas contribuições”, informam as Notícias de Fato.

Ressaltando a necessidade de um meio ambiente preservado para a manutenção da saúde das pessoas e as funções dos Ministérios Públicos, de “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”, segundo a Constituição Federal, a Juntos -SOS faz quatro requerimentos, exigindo que os MPs intercedam junto ao Iema e à Semmam para que os mesmos cumpram a legislação ambiental estadual em vigor. “Reunimos todas as últimas denúncias que fizemos, exigindo providências”, afirma Eraylton Moreschi Junior, presidente da Juntos SOS ES Ambiental.

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