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Entidades defendem vistoria conjunta em área poluída por minério de ferro em Camburi

As entidades reunidas na Juntos – SOS Espírito Santo Ambiental encaminharam solicitação aos secretários de Meio Ambiente Rodrigo Júdice (Estado) e Luiz Emanuel Zouain (Vitória) e à diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Tonini, para que realizem uma vistoria conjunta na área poluída por minério de ferro lançado pela Vale e ArcelorMittal no final da Praia de Camburi, em Vitória. Embora a sociedade civil constate todos os dias a contaminação em fotos e vídeo, os órgãos ambientais insistem em negar o impacto ambiental, que é visível.  
 
Os pedidos foram feitos nesse sábado (29), quando a Associação de Amigos da Praia de Camburi (AAPC) realizou sua quinta caminhada contra a poluição da praia. Na ocasião, foram feitos novos registros do minério na areia e ainda do lançamento de esgoto in natura no mar. Os participantes da caminhada também recolheram lixos. 
 
A Juntos – SOS encaminhou a mesma denúncia à Ouvidoria do Estado e ao Fala Vitória 156. “Enxergamos, registramos e denunciamos a poluição do mar e das areias de Camburi provenientes de lançamento de esgoto in natura, material dos píeres de minério e carvão da Vale, e das emissões das empresas Vale e ArcelorMittal”, ressaltou a entidade. 
 
 
A sociedade civil vem fazendo denúncias sistemáticas sobre o lançamento de minério na Praia de Camburi, porém, sem providências. Nos últimos dias, enquanto as atenções se voltavam para o crime do rompimento da barragem da Samarco/Vale em Mariana (MG), a situação se agravou. Além da Praia de Camburi, foram feitos registros do minério também na praia da Curva da Jurema.
 
O derramamento de minério na Praia de Camburi é crime ambiental recorrente praticado pela Vale desde 1969 e a empresa responde por isso na Justiça Federal. Já a ArcelorMittal divide com a Vale a responsabilidade pelos elevados índices de poluição do ar na Grande Vitória.
 
Em julho último, em vistorias realizadas pela CPI do Pó Preto da Câmara de Vitória, foi novamente constatado o despejo de finos de minério e carvão no mar da Ponta de Tubarão, o que rendeu multa de R$ 220 mil à empresa pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Em 2012, a Vale já havia sido multada em R$ 3,36 milhões, pelo mesmo crime. 
 
Neste ano, uma série denúncias já foi enviada à Prefeitura de Vitória pela sociedade civil organizada, alertando que a Vale continua poluindo a areia e o mar. Mas ao contrário da constatação de moradores, a gestão do prefeito Luciano Rezende (PPS) não verificou o problema. 
 
O derramamento de minério na Praia de Camburi é alvo de CPI na Câmara. A investigação começou neste mês e tem prazo de 90 dias para ser concluída.

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